Vivemos tempos em que diferenças políticas têm afastado famílias, rompido amizades e dificultado a convivência em ambientes diversos. Mas será mesmo necessário que seja assim? Existe outro caminho?
A polarização não é exclusividade nossa — está espalhada pelo mundo, criando muros entre pessoas que pensam de forma distinta. Diante dessa realidade, geralmente reagimos de três maneiras:
A primeira é atacando. Confrontamos a opinião alheia, tentamos impor nossa visão e provar que estamos certos.
A segunda é evitando o assunto. Pulamos o tema para não discutir, por cansaço ou receio de atrito.
A terceira é o silêncio. Fingimos que nada está acontecendo, sem nos posicionar, por medo do desconforto ou do conflito.
Em qualquer uma dessas reações, não há escuta. A gente se fecha na própria visão de mundo, como se fosse a única possível. Perdemos a chance de entender o outro, de enxergar o que existe por trás daquela opinião divergente. E, com isso, nos afastamos ainda mais.
A polarização cresce. E, em vez de aprendermos com quem pensa diferente, nos isolamos nas nossas bolhas. Perdemos trocas que poderiam ser ricas e até transformadoras.
Não se trata de concordar, mas compreender. Quando ouvimos de verdade, sem julgar, com curiosidade genuína, podemos descobrir o que move o outro. A partir daí, talvez possamos identificar algo em comum: nossas necessidades.
As necessidades humanas são universais. O que muda é a forma como cada pessoa acredita que pode satisfazê-las.
Cada um faz uma escolha porque acredita que ela vai ajudar a resolver o que considera mais importante naquele momento. Outro pode escolher algo diferente, porque enxerga outras prioridades. No fundo, todos estão tentando atender às suas necessidades — só que de jeitos diferentes.
Agora, pense em inovação. Pense no futuro — um futuro em que a inteligência artificial vai transformar radicalmente a forma como vivemos e trabalhamos. Para tirar o melhor proveito disso, precisaremos ser criativos. E a criatividade nasce justamente da diversidade de ideias, da colaboração entre pessoas com visões diferentes.
Você pode ser uma pessoa criativa. Mas, ao se abrir para quem pensa diferente, a chance de inovar se amplia. Juntos, podemos co-criar soluções que talvez sozinhos nunca imaginaríamos.
O convite aqui não é para mudar sua convicção ou seu posicionamento. É para não perder o vínculo com quem você ama ou convive. Não vale a pena romper laços por diferenças de ideias. Vale a pena conversar, trocar, respeitar. Vale a pena escutar de verdade.
Mesmo que você não concorde com o outro, pode encontrar sentido no que ele pensa. Isso aproxima, conecta. E no fim, quem ganha é você: com mais empatia, mais escuta, mais relações verdadeiras. E também a sociedade — que precisa, mais do que nunca, de pontes e não de muros.
E você? Com quem vai escolher conversar essa semana? Comece por uma escuta, sem julgamentos — e veja o que muda.
Se esse tema te tocou ou despertou alguma reflexão, vamos conversar? Estou aberta ao diálogo, com respeito, escuta e vontade de construir pontes. Me envie uma mensagem, será um prazer trocar ideias com você.
Sou Ingrid Haas, Palestrante, Escritora e PhD em Direito. Professora na USP, Facilitadora de Comunicação Integrativa e Não Violenta, Diversidade, Inclusão e Gestão de Conflitos.
Ajudo empresas, equipes e pessoas a enfrentar os desafios de comunicação em ambientes diversos e multiculturais.
Formada em Letras, Direito. Com Mestrado e Doutorado em Direito.
Me siga nas redes sociais:
@ingridfhaas