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Mosaico e fragmentos

Buscar fazer da própria vida uma oferta a serviço do bem é compromisso que revigora o ser humano

As aceleradas transformações sociais, acentuadas pelos avanços tecnológicos, criam uma realidade fragmentada – cada vez mais pessoas encontram dificuldade para enxergar sentido no trabalho, na vida familiar, nos estudos e na vivência da fé. A consequência é uma grave crise existencial que, não raramente, leva a adoecimentos. A superação dessa dificuldade se faz pelo coração, ensina o Papa Francisco, na sua mais recente Carta Encíclica, sobre o amor humano e divino do coração de Jesus.

A razão e a tecnologia são muito importantes, mas a capacidade de amar é essencial. E a sede do amor é o coração. “Quando alguém reflete, procura ou medita sobre o próprio ser e a sua identidade, ou analisa questões mais elevadas; quando pensa no sentido da própria vida e até mesmo procura por Deus, e ainda quando sente o gosto de ter vislumbrado algo da verdade; todas estas reflexões exigem que se encontre o seu ponto culminante no amor. Amando, a pessoa sente que sabe porque e para que vive. Assim, tudo converge para um estado de conexão e de harmonia.”

Buscar fazer da própria vida uma oferta, a serviço do bem, não é simplesmente um gesto que beneficia o semelhante. Trata-se de compromisso que revigora o ser humano, pois capacita-o para enxergar sentido nos muitos fragmentos que compõe a realidade. Com a força do coração, a partir da realidade, as fragmentações tornam-se belo mosaico, que ajudam a compor um novo tempo, mais humano, fraterno e solidário.


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O Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidiu a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e publica semanalmente aos sábados no Portal Itatiaia.
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