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Conheça os principais marcos da história do smartphone

Depois que o primeiro telefone móvel foi apresentado, o avanço tecnológico transformou esses dispositivos em itens indispensáveis ao dia a dia

Smartphone é acessório quase indispensável no dia a dia

Desde que foram criados, há 50 anos, os telefones móveis ganharam muita popularidade. Com o tempo, se tornaram um dos itens de tecnologia de consumo mais vendidos do mundo. Esses aparelhos mudaram completamente a forma como vivemos, nos comunicamos, trabalhamos e até nos divertimos.

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1973

Com a evolução, eles substituíram telefones fixos, câmeras, tocadores de música e outros dispositivos. Tudo começou em 1973, quando os engenheiros John F. Mitchell e Martin Cooper, da Motorola, demonstraram um protótipo da tecnologia pela primeira vez.

1983

Ela só se tornou disponível comercialmente em 1983: o modelo era o Motorola DynaTAC 8000X, que já é um quarentão. Chamado popularmente de “tijolo”, esse aparelho custava quase US$ 4 mil, pesava 1,1 kg e tinha 25 cm de comprimento — imagine colocá-lo no bolso? Sua bateria durava só 30 minutos. Era mais um símbolo de status do que um dispositivo funcional.

1990

No Brasil, o primeiro celular disponível para compra chegou em 1990: foi o Motorola PT-550. Seus 22,8 cm de altura e 348 g de peso deram a ele o apelido de “tijolão”. O modelo tinha um flip que permitia proteger suas teclas e mantê-lo desligado quando não estivesse em uso.

1991

As baterias de íons de lítio — que até hoje são usadas nos telefones móveis — foram apresentadas pelo engenheiro Asahi Kasei, da Sony, em 1991. Leve e recarregável, esse componente representou um progresso importante no segmento. No ano seguinte, a primeira mensagem de texto foi enviada: Neil Papworth, engenheiro do Sema Group, enviou “Merry Christmas” (“Feliz Natal”).

1992

Não demorou nem 10 anos para que o DynaTAC 8000X ganhasse um sucessor bem mais sofisticado: em 1992, a IBM anunciou o primeiro protótipo de smartphone. Ele foi criado pelo engenheiro Frank Canova no projeto Sweetspot. O dispositivo só chegou ao consumidor final em 1994, com o nome de Comunicador Pessoal Simon (Simon Personal Communicator – SPC).

1994

Primeiro com tela sensível ao toque, o SPC era uma versão aprimorada do Sweetspot. Além disso, podia mandar e receber e-mails e faxes, bem como tinha aplicativos de calendário, agenda de contato e até assistente nativo para agendamento de compromissos. O dispositivo tinha, ainda, teclado padrão e preditivo na tela, mas a bateria durava apenas uma hora. Mesmo com preço de US$ 1.099, vendeu 50 mil unidades nos seis meses após o lançamento.

1997

O termo smartphone, entretanto, só foi usado pela primeira vez em 1997. A Ericsson escolheu a palavra para descrever o GS88. No mesmo ano, Taneli Armanto, um engenheiro finlandês, criou o primeiro jogo de celular: Snake, o jogo da cobrinha — que se você não conhece, já deve ter ouvido falar. O título, incorporado nos celulares Nokia 6110, era simples, desafiador e atendia a todas as idades. Era uma opção bem menos sofisticada do que os sucessos atuais, como Candy Crush, Clash of Clans e similares, de uma indústria que já vale mais de US$ 150 bilhões.

1999

‍O próximo passo da indústria dos telefones móveis foi incluir câmeras frontais e GPS nos aparelhos. Em 1999, o Kyocera Visual Phone VP-210 foi lançado no Japão. Ele permitia tirar até 20 fotos e enviá-las por e-mail ou tirar duas fotos por segundo e enviá-las pela rede móvel japonesa. No mesmo ano, a Benefon apresentou o Benefon Esc, o primeiro modelo com GPS.

2000

A câmera traseira foi incorporada nos aparelhos em 2000. O J-SH04, da Sharp, tinha uma câmera traseira que permitia transmitir fotos instantaneamente pela operadora de telefonia móvel. Considerado o primeiro telefone com câmera do mercado de massa, o equipamento era vendido no Japão.

Celular com internet

2001

A primeira vez que um celular pôde ser conectado à internet foi em 2001. Isso foi possível com a chegada das redes 3G de telefonia celular, que permitiam acesso móvel sem fio à web. A partir daí, as videoconferências pelo smartphone se tornaram possíveis — se você faz chamadas de vídeo hoje, lembre-se de que antes dos anos 2000 isso não era possível.

Isso popularizou o uso da internet móvel em telefones celulares. À época, entretanto, o acesso à rede pelo celular tinha preço alto. Enquanto o custo dos aparelhos já havia caído bastante e era possível encontrá-los por algo entre US$ 300 e US$ 700, o preço da navegação móvel ainda não era acessível — nem necessário — para a maioria dos usuários.

2002

A Blackberry lançou seu primeiro telefone móvel em 2002, o 5810. Seu maior diferencial era o teclado: amplo e completo, permitia escrever com facilidade. Além do serviço de telefonia, dava acesso a e-mail, mensagens instantâneas, fax e internet.

2004

Em 2004, a Qualcomm desenvolveu e testou o GPS em tempo real, o que melhorou muito a precisão de localização nos aparelhos. Com o passar dos anos, mais modelos incorporaram o recurso e, atualmente, a função está em todos os dispositivos móveis.

Naquele mesmo ano, a Motorola lançou o RAZR V3 — disponível também no Brasil. Fino, com duas telas coloridas e teclado em aço escovado, tinha conexão à internet via WAP, que permitia enviar e-mails, SMS e MMS. Vendeu 130 milhões de unidades no mundo e é o celular de flip de maior sucesso comercial da história.

iPhone e Android

2007

Mais alguns anos se passaram, e, em 2007, a Apple lançou o iPhone. O dispositivo era o mais elegante do mercado e o primeiro a oferecer uma experiência completa de uso móvel da web. Com ele, pela primeira vez, os usuários podiam navegar na internet como faziam em um computador graças a suas capacidades de software.

Com preços de US$ 499 a US$ 599 (para 4GB e 8GB de armazenamento interno, respectivamente), tinha bateria que durava 8 horas para conversas e 250 horas em standby. Em seu primeiro ano no mercado, ele vendeu mais de 1,4 milhão de unidades.

2008

Já o primeiro modelo Android foi o HTC Dream (ou T-Mobile G1), apresentado em 2008. Com tela sensível ao toque, teclado (que aparecia quando a parte de cima do aparelho era deslizada para o lado) e acesso à internet, tinha um pequeno joystick para ajudar na navegação. Em 2002, entretanto, a Danger, Inc. (que depois se tornou a Android) lançou o Danger HipTop — esse poderia, então, ser considerado o primeiro aparelho Android da História.

2016

Em 2016, a LG apresentou o G5, o primeiro smartphone a ter duas lentes traseiras. Além da principal, com 16 megapixels, o dispositivo vinha com uma grande-angular de 8 megapixels para captar um ângulo mais amplo. As demais fabricantes seguiram a tendência e, atualmente, modelos com quatro câmeras traseiras são bastante comuns.

2019

As opções com tela dobrável chegaram em 2019. Elas permitem ter uma tela grande em um corpo com basicamente o tamanho padrão dos concorrentes. Ainda estão entre os modelos mais caros do mercado, já que sua tecnologia é mais avançada. Por outro lado, nem todo mundo precisa de um dispositivo com essa característica.

Componentes do smartphone

Os smartphones têm alguns componentes que são encontrados em qualquer modelo. A unidade central de processamento (CPU), que é semelhante à dos computadores, a bateria, que garante energia ao aparelho, a tela sensível ao toque, que permite inserir comandos e exibe informações, os auto-falantes e o cartão do módulo de identificação de assinante (o SIM card).

Esses dispositivos se tornaram tão complexos que podem facilmente substituir os computadores em diferentes tarefas. Dos estimados 5 bilhões de telefones celulares em uso no mundo, acredita-se que pelo menos 2,5 bilhões são smartphones.

Redes móveis

Naturalmente, o avanço dos smartphones está diretamente ligado ao desenvolvimento das redes de telefonia móvel. A pioneira foi a zerésima geração (0G). Uma das empresas que oferecia o serviço era a Bell System: a empresa teve o Serviço de Telefone Móvel (Mobile Telephone Service) e seu sucessor, o Serviço de Telefone Móvel Aperfeiçoado (Improved Mobile Telephone Service).

As redes 0G não eram celulares. Elas usavam uma ou duas estações potentes com alcance de algumas dezenas de quilômetros e poucas frequências. Quando essas frequências estavam em uso, os clientes tinham de esperar que alguma fosse desocupada para que pudessem usá-la. Ou seja, além de muito caras, tinham capacidade para poucas chamadas simultâneas

Já a primeira rede comercial de celular foi a 1G, lançada no Japão pela Nippon Telegraph and Telephone, em 1979. Em seguida, em 1981, Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia lançaram o sistema Nordic Mobile Telephone (NMT). Essa primeira geração era compatível com mais chamadas simultâneas, mas ainda usava tecnologia analógica.

As redes celulares reusam frequências e, com isso, permitem que muitas conversas simultâneas ocorram. Assim, mesmo um espectro limitado pode ser usado de forma mais eficiente e permitir que milhares de usuários conversem ao mesmo tempo em uma determinada área.

O nome das redes celulares vem do fato de que uma área de serviço é dividida em pequenas células. Cada célula é conectada a uma estação com alcance de cerca de um quilômetro. Isso permite que haja centenas de frequências disponíveis. Quando um usuário está conectado a uma delas, ela fica indisponível para outros clientes na mesma célula ou em células adjacentes, mas pode ser usada em células distantes sem interferência, já que o celular está muito longe para ser detectado.

A segunda geração (2G), já com tecnologia digital, foi lançada em 1991 na Finlândia pela Radiolinja e usava o padrão do Sistema Global para Comunicação Móvel (Global System for Mobile Communications – GSM). O GSM é uma iniciativa europeia que, inicialmente, teve a concordância de 13 países. Em 2018, era usado por mais de 5 bilhões de pessoas em mais de 220 países. Foi a partir dele que foram desenvolvidos o 3G, o 4G e o 5G.

As redes celulares digitais permitiram ampliar ainda mais a capacidade, já que, nelas, uma frequência pode receber múltiplas chamadas simultâneas. Além disso, as redes Wi-Fi ajudam a reduzir o tráfego nas redes celulares ao transferi-lo para redes locais.

Em 2001, foi a vez do lançamento da terceira geração (3G): a responsável foi a japonesa NTT DoCoMo. Em 2009, chegaram as redes 4G: as primeiras foram a WiMAX (oferecida na América do Norte) e a LTE (apresentada inicialmente na Escandinávia pela TeliaSonera). Já a rede 5G se tornou disponível em 2019. No momento, a tecnologia 6G está em desenvolvimento.

O primeiro teste de pagamentos móveis foi realizado na Finlândia em 1998: em Espoo, duas máquinas que vendiam Coca-Cola foram habilitadas para receber pagamentos por SMS. Atualmente, alguns aparelhos permitem fazer pagamentos por aproximação (e sem contato) com o uso de comunicação de campo próximo (Near Field Communication – NFC).

Lixo eletrônico

O uso crescente e quase indispensável dos smartphones leva a preocupações com o impacto desses aparelhos no meio ambiente. Estudos apontam que de 40% a 50% do efeito ocorre durante a fabricação das placas de circuito impresso e dos circuitos integrados dos celulares.

Em geral, os usuários trocam de telefone móvel a cada 11 a 18 meses. Os dispositivos descartados contribuem para o lixo eletrônico. Várias empresas têm iniciativas para lidar com os equipamentos que não estão mais em uso. Países também se preocupam com esse aspecto e muitos criaram estratégias específicas.