Interferências indevidas podem comprometer as comunicações entre o centro de controle e os receptores e transmissores de um foguete durante seu lançamento. Para evitar uma ocorrência desse tipo, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), participou do lançamento do foguete sul-coreano HANBIT-TLV, da Innospace, no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).
Leia mais:
A ação, que é parte da Operação Astrolábio, marca o 500º lançamento da unidade. Além disso, é o primeiro lançamento privado do CLA e marca a entrada do Brasil no segmento de lançamento de satélites. O veículo levou a bordo carga útil desenvolvida no Brasil.
Luciano Valentim Rechiuti, chefe do subdepartamento técnico do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), avalia que que o CLA está apto para realizar lançamentos de foguetes nacionais e estrangeiros em praticamente qualquer época do ano, com precisão e segurança. “O Centro tem equipes especializadas e altamente qualificadas, bem como infraestruturas e sistemas de preparação, lançamento e rastreio plenamente operacionais.”
A fiscalização do uso das radiofrequências é estabelecida como dever da Anatel pela Lei Geral de Telecomunicações. Para evitar imprevistos, o órgão monitora o espectro durante o processo. André Rodrigues Pessoa, gerente da Anatel no Maranhão, aponta que “a participação da Anatel tem sido constante nas campanhas de lançamento de Alcântara”.
Ele destaca que a entidade adquiriu experiência ao participar de grandes eventos, como os Jogos Olímpicos de 2016. “Isso tem contribuído para que os lançamentos ocorram de forma segura, sem interferências.”
Segundo Carlos Augusto Teixeira de Moura, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), o CLA foi concebido para abrigar não só o Programa Espacial Brasileiro, mas também outros operadores. “Concretizamos o ideal lá dos anos 80: temos agora um operador privado internacional trabalhando aqui. Isso abre a oportunidade de o Brasil efetivamente se inserir no mercado internacional de transporte espacial”, pondera.
O lançamento é uma quebra de paradigma, na opinião de Maurício Augusto Silveira de Medeiros, diretor-geral do DCTA. “O lançamento do HANBIT-TLV e as parcerias futuras trarão uma série de benefícios, pois são receitas que vêm para o município de Alcântara, para o estado do Maranhão e para o Brasil”, afirma.
