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Bard, do Google, comete erro de informação já na apresentação

Astrônomos contestaram resposta dada pela ferramenta e ações da empresa caíram mais de 7%

Google Bard ainda não está disponível ao público e deve passar por mais ajustes

“Que novas descobertas do Telescópio Espacial James Webb posso contar ao meu filho de 9 anos?” foi a pergunta usada pelo Google para apresentar o Bard, a inteligência artificial da empresa que concorre com o ChatGPT, da OpenAI. A resposta veio rápido, mas estava parcialmente incorreta.

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Entre as informações apresentadas pela ferramenta, há o dado de que o dispositivo foi o primeiro a fotografar um planeta de fora do sistema solar, ou seja, um exoplaneta. Só que as primeiras imagens de exoplanetas foram registradas pelo Very Large Telescope (VLT), do Observatório Europeu do Sul (European Southern Observatory – ESO), em 2004.

A revista New Science apontou a falha e astrônomos comentaram o deslize no Twitter. O astrofísico Grant Tremblay respondeu à publicação do Google. “Não quero ser um ~bem, na verdade~ idiota e tenho certeza de que o Bard será impressionante, mas para o registro: o JWST não tirou ‘a primeira imagem de um planeta fora do nosso sistema solar’.”

A empresa percebeu o erro horas antes do lançamento online do Bard para todo o mundo na manhã desta quarta-feira (8). Em comunicado, a companhia diz que a falha “destaca a importância de um processo de teste rigoroso”. A empresa afirma que vai combinar feedback externo com seus próprios testes internos “para garantir que as respostas de Bard atendam a um alto padrão de qualidade, segurança e fundamentação em informações do mundo real”.

A apresentação de informações incorretas como verdadeiras pode confundir quem não tem conhecimento sobre um assunto. A imprecisão fez as ações da Alphabet, controladora do Google, caírem mais de 7% na bolsa de valores. Com isso, a companhia perdeu mais de US$ 100 bilhões em valor de mercado.

O Bard ainda não está disponível ao público e deve passar por ajustes antes disso. O Google informa que uma de suas preocupações é oferecer uma inteligência artificial mais cautelosa e, por isso, vai submeter a ferramenta a testes com o programa Trusted Tester — em que usuários testam seus produtos antes de eles serem lançados oficialmente.