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Um ano após lei, assentos prioritários ainda não são respeitados em ônibus de BH

Prefeitura investe em campanhas de conscientização, mas usuários apontam falta de respeito e fiscalização

Ônibus lotado circula em Belo Horizonte

Mais de 23 milhões de pessoas usaram o transporte coletivo de Belo Horizonte desde o início do ano. Desse total, cerca de 500 mil fazem parte do grupo preferencial, formado por pessoas com deficiência, transtorno do espectro autista, mobilidade reduzida, obesos, pessoas com crianças de colo, idosos, gestantes e lactantes.

Para garantir mais acessibilidade e respeito a esse público, entrou em vigor há um ano, na capital, a Lei dos Assentos Preferenciais, que determina que todos os assentos dos ônibus sejam considerados prioritários. Na prática, no entanto, o cumprimento da regra ainda está longe do ideal.

Usuários do transporte coletivo relatam que a maioria dos passageiros não respeita a legislação. É o caso de Elias Ferreira da Silva, técnico de enfermagem, que usa ônibus com frequência. “As pessoas não se levantam para quem precisa. Muito raro. Acho que ainda vai demorar para essa lei pegar. Falta consciência e também fiscalização”, afirma.

A cabeleireira Fabiane Moreira, que utiliza o transporte todos os dias, também acredita que a lei ainda não “pegou”: “Não vejo ninguém dando prioridade. Quando alguém reclama, às vezes dá confusão, e nem sempre a pessoa sai do lugar. Tem gente que finge que está dormindo para não ceder o assento.”

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Enquanto o respeito à norma não se consolida, a Superintendência de Mobilidade de Belo Horizonte (Sumob) aposta na educação e na sensibilização como caminhos para a mudança.

“A questão central é tornar essa atitude natural. Ainda não é, mas com esforço, divulgação e campanhas — como esquetes nos ônibus, cartazes, monitores nas estações e apoio da mídia — acreditamos que será possível mudar gradativamente o comportamento da população”, explica Rodrigo Pimenta, gerente de controle e vistoria da frota da Sumob.