A tempestade com
A cabeleireira Aline Tatiane afirmou que ficou surpresa ao ser informada pela Defesa Civil de que a responsabilidade não seria da administração municipal.
“Eles falaram que não têm nada a ver com isso, que é por nossa conta. Mas a troca do telhado foi feita pela própria prefeitura. Considero um descaso com a gente”, reclamou .Ela contou que estava em casa com as duas filhas quando tudo aconteceu.
“Agora minha casa está alagada, sem condições de ficar dentro. Só peço a Deus que não chova mais, porque está entrando água por todo lado”, disse.
O pedreiro João Alves da Silva, outro morador do prédio, reforçou a crítica.
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“A prefeitura arrancou nosso telhado e colocou essas telhas. Vieram aqui para pintar o prédio, mas largaram o serviço pela metade. Hoje a água entra por todo lado, a casa da vizinha também está cheia de infiltrações, os canos quebraram. Estamos largados”, relatou.
Moradores ainda disseram que a água se acumula na laje e infiltra nos apartamentos, deixando famílias sem condições de permanecer em suas casas.
“Não sabemos o que fazer. A laje está cheia de água, e não temos para onde ir”, contou a mãe de Aline.
Inspeção
A Defesa Civil de Belo Horizonte realizou vistoria nos apartamentos da Rua Jerusalém, nº 19. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a capital registrou rajadas de vento de até 95 km/h na região Oeste.
Não foram constatados riscos estruturais e, por isso, nenhuma unidade precisou ser interditada.
No Bloco 9, a entrada principal, próxima à calçada, foi isolada. “Para garantir a circulação, os moradores improvisaram uma saída temporária”, informou a Defesa Civil.
A Cemig foi acionada, e os moradores foram orientados a manter o isolamento. A reportagem entrou em contato com a companhia e aguarda posicionamento.
Chuva do mês
Entre a noite dessa segunda-feira (22) e a manhã desta terça (23), a região Centro-Sul registrou 7,2 milímetros em 12 horas, o que corresponde a 14,6% da média de setembro. Os dados foram divulgados pela Defesa Civil da capital na manhã de hoje.
No Barreiro, o volume foi ainda maior: 17,5 milímetros, equivalente a 35,6% da média histórica do mês. A média climatológica de setembro em Belo Horizonte é de 49,2 milímetros.
Segundo o balanço, só no Barreiro o acumulado do mês já chega a 20,2 mm (41,1%) até as 6h desta terça-feira.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e aguarda um posicionamento.