Moradores protestaram neste sábado (30) no Barreiro contra a decisão do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), de retirar o Hospital Eduardo de Menezes da região e transferí-lo para
A mobilização foi organizada pelo coletivo Barreiro Em Movimento (BEM). Segundo os manifestantes, o objetivo do ato é chamar atenção da sociedade e dos governantes para o que eles classificam como “retrocesso na política de acesso à saúde” no Barreiro.
Os moradores afirmam que a região tem cerca de 300 mil moradores e será um uma dos locais que perderá o atendimento descentralizado com a transferência de quatro unidades para o Complexo Hospitalar Padre Eustáquio - HoPE, anunciado pelo governador Romeu Zema.
Os moradores estão preocupados com a transferência da Maternidade Odette Valadares, Hospital Alberto Cavalcanti e o Hospital Infantil João Paulo II - que já está com a sua UTI fechada - para dentro do novo complexo que será inaugurado.
O morador Dilson José conversou com a Itatiaia sobre o assunto. “Nós, moradores do Barreiro, somos totalmente contra o fechamento do Hospital de Eduardo Menezes. Nós somos a favor da criação do novo complexo hospitalar, mas sem os fechamentos dos hospitais em Belo Horizonte, porque na realidade o que nós precisamos é de ampliação dos leitos”, afirma.
“Será uma unidade moderna que vai substituir quatro hospitais antigos, que hoje enfrentam muitos desafios operacionais e burocráticos”, explicou o governador”, disse Zema na cerimônia de lançamento do complexo no ano passado.
À Itatiaia, o governo de Minas nega que serão fechados hospitais.
Leia o posicionamento na íntegra
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) esclarecem que não procede a informação de que o Hospital Eduardo de Menezes (HEM) ou qualquer outra unidade da rede será fechada com a implementação do Complexo Hospitalar Padre Eustáquio (HoPE).
Não haverá desassistência à população nem perda de leitos. Ao contrário, haverá ampliação da capacidade de atendimento, com estruturas mais modernas, tecnológicas e confortáveis, que garantirão ganhos assistenciais expressivos para os usuários do SUS.
O HoPE reunirá em um único local os atendimentos hoje realizados nos hospitais João Paulo II, Eduardo de Menezes, Alberto Cavalcanti e Maternidade Odete Valadares, que apresentam estruturas antigas e limitações físicas. O novo hospital, 100% SUS, será um dos mais modernos do país e permitirá um salto histórico na assistência hospitalar em Minas Gerais.
Serão mais de 500 leitos, sendo 100 de UTI, com estrutura que permite expansão em situações endêmicas, além de 60 consultórios, 13 salas cirúrgicas, um laboratório de última geração da Fundação Ezequiel Dias (Funed) e outros serviços especializados. A estimativa é de mais de 200 mil consultas especializadas e 30 mil internações por ano.
A nova unidade manterá e ampliará as linhas de cuidado já atendidas atualmente, incluindo pediatria, infectologia, dermatologia sanitária, saúde da mulher (incluindo parto e nascimento), oncologia, além de novos serviços como hematologia, oncologia infantil e cirurgias pediátricas.
A SES-MG e a Fhemig reforçam que o Hospital Eduardo de Menezes continuará em funcionamento até que o novo complexo esteja totalmente concluído e apto a operar, garantindo a continuidade do cuidado à população.
Por fim, o projeto do HoPE responde ao déficit histórico de leitos em Belo Horizonte e representa uma solução estruturante e definitiva para qualificar e ampliar o atendimento hospitalar no estado, sobretudo para os pacientes mais graves.