Na casa da fotógrafa Nicole de Freitas, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão. Segundo a corporação, Nicole, que possui mais de 100 mil seguidores nas redes sociais, é investigada por suspeita de lesar diversas famílias ao não cumprir contratos para cobertura fotográfica de festas de debutante. Os detalhes foram divulgados pela delegada Elyenni Celida, da Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor.
''Em fevereiro deste ano, o advogado de aproximadamente 10 vítimas registrou uma notícia de fato na delegacia, relatando que a fotógrafa firmava contratos com clientes da região de Contagem para cobertura de festas e ensaios, mas não entregava o material ou apenas parte dele. Em alguns casos, o material era entregue sem edição; em outros, nem mesmo a cobertura da festa foi feita. As justificativas variavam: problemas de saúde, acidentes de carro, mordida de cachorro e até questões emocionais ou familiares.’'
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Enquanto isso, algumas vítimas acompanharam pelas redes sociais que, no mesmo período em que alegava esses problemas, Nicole estava em Paris fotografando outra debutante. Foi então que perceberam que poderiam ter sido vítimas de um golpe. Segundo o relato das famílias, o prejuízo financeiro foi o menor dos danos. O sentimento de frustração por não ter o registro de um dos momentos mais importantes da vida foi o mais marcante.
A delegada afirmou que Nicole não foi encontrada em casa. Familiares que ainda residem no local informaram que ela saiu da residência e não têm mais contato com ela, tampouco sabem seu paradeiro. A Justiça Cível já tentou notificá-la em duas ocasiões — no mês passado e neste mês —, sem sucesso.
Questionada sobre a situação jurídica da investigada, a delegada Eliene esclareceu:
''Não podemos afirmar, neste momento, que ela é considerada foragida da Justiça, ao menos não no âmbito do inquérito policial da Delegacia de Defesa do Consumidor. Ela ainda pode se apresentar espontaneamente, caso deseje. As investigações seguem. O que se sabe é que, provavelmente, ela está tentando se furtar da responsabilidade pelos danos emocionais e financeiros causados.’'
Foram feitos três pedidos de mandado judicial, dos quais dois foram cumpridos na cidade de Contagem — um na casa do editor de vídeo e outro na residência da fotógrafa. Apesar de Nicole não estar presente, foram apreendidos alguns materiais atribuídos a ela pela família, como um HD externo. A delegada orienta que, no caso específico, quem se sentir lesado deve procurar a Delegacia de Defesa do Consumidor para registrar a ocorrência.
Até o momento, pelo menos 10 vítimas já procuraram a Delegacia de Fraudes da Polícia Civil. Além da fotógrafa, um editor e uma secretária também estão sendo investigados. A reportagem entrou em contato com o número de telefone disponível nas redes sociais de Nicole de Freitas, mas não obteve retorno.