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Casos de violência sexual contra crianças e adolescentes na internet aumentam quase 20% em MG

Delegada alerta para o uso de redes sociais, aplicativos e jogos online por criminosos que se passam por adolescentes

A Polícia Civil de Minas Gerais já registrou, em 2025, mais de 40 ocorrências de divulgação de cenas de sexo envolvendo menores de idade no estado — um aumento de quase 20% em relação ao mesmo período do ano passado. Outro dado preocupante: quase 90 crianças e adolescentes foram vítimas de assédio sexual na internet neste ano, contra apenas 19 casos registrados no mesmo período de 2024.

A delegada Cristiana Angelini, da Delegacia Especializada em Investigação de Crimes Cibernéticos, reforça que o acompanhamento dos pais e o diálogo com os filhos são fundamentais para prevenir esse tipo de crime. “Com o avanço da tecnologia, os criminosos também se adaptaram. Hoje, usam redes sociais, aplicativos de mensagens e até jogos online para se aproximar das vítimas”, explica.

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Segundo a delegada, os crimes mais comuns nesse contexto incluem pornografia infantil, aliciamento virtual, divulgação de imagens íntimas sem consentimento e até o chamado “estupro virtual”, quando o agressor convence ou coage a vítima a realizar atos sexuais por vídeo, por exemplo.

“Qualquer tentativa de obter imagens íntimas de uma criança, o envio de conteúdo sexual a menores ou a prática de atos libidinosos — mesmo que virtuais — configuram crime. Muitos desses criminosos se passam por adolescentes, usam perfis falsos e iniciam conversas amigáveis com as vítimas. Os jogos online também são um meio muito usado, pois aparentam ser inofensivos. Muitos pais deixam os filhos jogarem para distraí-los, sem perceber que os jogos possuem chats abertos, onde adultos conseguem manter conversas privadas com as crianças”, alertou.

Sinais de alerta

A delegada lista alguns comportamentos que podem indicar que uma criança está sendo vítima de abuso virtual:

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  • Mudança repentina de comportamento (isolamento, agressividade ou ansiedade)
  • Medo ou resistência em usar celular ou computador perto dos pais
  • Recebimento de presentes, dinheiro ou créditos em jogos de origem desconhecida
  • Uso excessivo da internet, especialmente à noite
  • Comportamento secreto em relação às atividades online

Cristiana reforça que é essencial que pais e responsáveis acompanhem de perto o que os filhos acessam e mantenham um canal aberto de conversa sobre o que acontece no ambiente virtual.

Formado em jornalismo pela PUC Minas, foi produtor do Itatiaia Patrulha e hoje é repórter policial e de cidades na Itatiaia. Também passou pelo caderno de política e economia do Jornal Estado de Minas.