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Caso Ivanda: mulher encontrada morta em BH foi assassinada com pedrada na nuca, diz polícia

Polícia Civil deu detalhes da investigação do caso; câmeras de segurança filmaram Davidson da Silva Vieira, ex-namorado da vítima e principal suspeito, após o crime

Ivanda e o ex-companheiro Davidson

Ivanda Aparecida Viana, de 57 anos, encontrada morta em um matagal às margens da BR-381, em Belo Horizonte, foi morta com uma pedrada na nuca. A informação foi revelada pela Polícia Civil nesta terça-feira (10).

Davidson da Silva Vieira, o principal suspeito do crime, continua detido em um presídio de Lavras, no Sul de Minas Gerais. Caso tenha a prisão preventiva decretada em audiência de custódia, Davidson deve ser transferido para uma unidade prisional de Belo Horizonte. Ainda não há data para a audiência acontecer.

Em coletiva de imprensa, a Polícia Civil deu detalhes da investigação da morte de Ivanda. A mulher havia desaparecido no dia 1° de junho e foi encontrada morta nessa segunda (9) em um matagal às margens da BR-381, na altura do bairro Nazaré, na região Nordeste de BH.

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Alexandre Fonseca, delegado responsável pela investigação, revela que Davidson teria extorquido a ex-companheira antes de matá-la. O suspeito se aproveitou dos sentimentos de Ivanda para chantageá-la.

“Eles se encontraram no domingo, dia 1º de julho, na parte da manhã. O autor e a vítima foram até um caixa eletrônico, onde ela fez um saque e entregou o dinheiro para o ex-namorado. A gente acredita que o valor tenha sido em torno de R$ 2 mil ou R$ 2,4 mil. Eles também se encontraram à noite. Ivanda estava em casa com umas amigas, confraternizando, quando o ex chegou lá. Eles conversavam quando o filho de Ivanda, desafeto do autor, chegou. Nesse momento, o autor resolveu ir embora. Ivanda deixou as amigas na casa e o acompanhou até o ponto de ônibus. A partir daí que a família registrou o desaparecimento dela”, detalha.

Câmera de segurança flagrou suspeito logo após o crime

Durante as investigações, a Polícia Civil descobriu a dinâmica do crime. Apesar do ex-casal ter dito que iria para um ponto de ônibus, eles pegaram um carro de aplicativo em direção ao bairro Jardim Vitória, na região Noroeste de BH. O trajeto foi confirmado através de câmeras de segurança.

“Nós identificamos que o autor conseguiu levar a senhora Ivanda até o Jardim Vitória, numa área de mata, no bairro Vista do Sol. Nesse local, ele a matou. Em seguida, ele retornou para casa”, narra o delegado.

Conforme as informações das câmeras de segurança e do histórico da corrida, a polícia descobriu que o ex-casal desembarcou do carro de aplicativo às 22h38. Minutos depois, Ivanda foi assassinada.

Depois do crime, Davidson atravessou o Anel Rodoviário e foi para o bairro ao lado, o Vista do Sol. Às 23h05, o suspeito embarcou em um novo carro de aplicativo em direção à sua casa. Dessa vez, sozinho. “Nós tivemos acesso às imagens e identificamos que o desembarque é feito com a senhora Ivanda e o reembarque é feito sozinho”, diz Fonseca.

Família suspeita que Ivanda possa ter sido dopada

À Polícia Civil, o motorista de aplicativo que levou o ex-casal até o Anel Rodoviário contou que Ivanda parecia estar embriagada. A família suspeita que Davidson possa ter dopado a ex-companheira, já que a mulher não teria costume de ficar bêbada. Os parentes alegam que Ivanda nunca havia chegado em um estado de semiconsciência ao ingerir bebida alcoólica.

Apesar da suspeita da família, apenas um exame toxicológico irá confirmar se a vítima foi ou não dopada propositalmente. Por ora, os investigadores só conseguiram confirmar que a vítima sofria violência doméstica e patrimonial.

“Era um relacionamento conturbado, com uma diferença de idade de 25 anos entre os dois. Em 2020, houve um episódio em que Davidson, usando a conta corrente da senhora Ivanda, efetuou um empréstimo de R$ 13 mil. A relação era pontuada por ameaça, discussões e chantagens emocionais. Ele dizia que, para retomar o relacionamento, ela teria que comprar uma moto para ele. Tudo isso resultou na prisão do suspeito”, detalha o delegado.

Momento de explosão e frieza

Suspeito foi filmado no momento em que respondia uma mensagem do filho da vítima

A Polícia Civil acredita que Davidson tenha matado a ex-namorada em um momento de explosão. Logo após assassiná-la, o suspeito anda pelas ruas do bairro Vista do Sol e é filmado por câmeras de monitoramento com as calças e mangas da blusa arriadas. Nesse momento, ele chega a responder o filho da vítima, que estava preocupado com o paradeiro da mãe.

"Às 22h48, o filho da senhora ivanda manda uma mensagem para ele perguntando onde estava a mãe, o que ele havia feito com ela. Ele passa na rua mexendo no celular, responde que deixou a ex no ponto de ônibus e que estava em casa, em Betim. Em seguida, ele dá uma volta no bairro. Tem outras duas imagens dele passando na rua até que ele embarca em um carro de aplicativo”, conta Fonseca.

O delegado destaca a frieza do suspeito. "É um comportamento realmente muito sarcástico que demonstra toda a sua periculosidade”. Vale lembrar que ele já tinha passagens pela polícia por porte de arma de fogo e roubo.

Cursou jornalismo no Unileste - Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais. Em 2009, começou a estagiar na Rádio Itatiaia do Vale do Aço, fazendo a cobertura de cidades. Em 2012 se mudou para a Itatiaia Belo Horizonte. Na rádio de Minas, faz parte do time de cobertura policial - sua grande paixão - e integra a equipe do programa ‘Observatório Feminino’.
Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.