“Eles sempre brigam, todos os dias”, é o que diz o pai do coveiro de 25 anos detido em flagrante por
Segundo o pai do autor, a situação incomoda o restante da família. Ele disse esperar que os dois se separem de vez e afirmou que se continuarem juntos, pedirá para irem morar em outro lugar.
“Uma porcaria. Espero que eles não voltem, mas se voltarem que vão morar ‘para lá’ e se matem ‘para lá’. Minha família não merece isso não. Nós não brigamos. A gente não merece isso não. Minha mãe tem 80 anos”, desabafou.
O homem afirmou que o casal vive um relacionamento tóxico e apontou que o melhor a se fazer é a busca de uma separação.
“Eles não separam. Todo dia manda ela embora e ela não vai. Eu não puxo o saco nem dela, nem dele. São dois sem-vergonha. A melhor solução é largar um ao outro. Achar alguém que dê carinho”, completou.
A Itatiaia também procurou familiares da vítima, porém ninguém quis falar.
O crime
O crime ocorreu na madrugada de ontem, por volta das 2h, em uma residência no bairro Palmital. Segundo o Boletim de Ocorrência (BO), o suspeito agrediu a vítima com socos, chutes, puxões de cabelo e golpes com um pedaço de pau, após um desentendimento motivado pelo consumo excessivo de álcool.
Conforme apontou a PM, as agressões teriam se estendido até por volta das 6h40, quando o homem saiu para o trabalho — ou seja, foram cerca de quatro horas de violência.
A Polícia Militar (PM) foi acionada, constatou as lesões e realizou a prisão do autor em flagrante no local de trabalho dele, o Cemitério Bosque da Esperança, no bairro Jaqueline, na Região Norte de Belo Horizonte.
Segundo o documento, a mulher relatou que convive com o homem há cerca de seis anos, com quem tem uma filha de dois anos, e que as agressões são frequentes, principalmente quando ele faz uso de álcool ou drogas.
Ela também contou ter sido ameaçada de morte durante a briga — momento em que o companheiro teria dito que “a próxima cova que cavaria seria a dela”.
O Ministério Público (MPMG) se manifestou favorável à concessão da liberdade provisória. Embora o juiz tenha reconhecido indícios de autoria e materialidade, a decisão aponta que “não há elementos concretos que indiquem risco atual ou efetivo à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal”.
Medidas cautelares
A soltura foi condicionada ao cumprimento de medidas cautelares e protetivas, que incluem manter endereço e telefone atualizados até o fim do processo, comparecer a todos os atos processuais, manter distância mínima de 500 metros da vítima e não manter qualquer tipo de contato com ela — inclusive por redes sociais ou aplicativos de mensagens. O descumprimento de qualquer uma dessas determinações poderá resultar na prisão preventiva.
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que ele ''se encontra desligado do sistema prisional desde a noite de domingo’’.