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Bacharel em direito cospe em cinegrafistas e é preso durante operação no Dom Bosco, em BH

Ação da Polícia Civil, batizada de Operação Alcance, cumpriu cinco mandados de busca e apreensão contra núcleo ligado à lavagem de dinheiro, tráfico e armas em Belo Horizonte

Operação Alcance em BH prende bacharel em direito e dois homens com munições e drogas

A Polícia Civil, por meio da 5ª Delegacia do Denarc (Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico), deflagrou nesta quinta-feira (4) a Operação Alcance, no bairro Dom Bosco, em Belo Horizonte. Um dos alvos do mandado de busca e apreensão é um homem de 34 anos, bacharel em direito.

Até então, ele não havia sido preso porque nada havia sido encontrado em sua casa. Porém, durante a ação desta quinta, a situação mudou: o suspeito acabou detido após cuspir no rosto de dois cinegrafistas de outras emissoras, em frente aos policiais. Ele pode responder por injúria.

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Segundo a polícia, o homem atua como voluntário no juizado de Betim e presta serviços na Vara da Infância e Juventude. Ele foi encaminhado ao Denarc, onde as vítimas também registrarão um boletim de ocorrência.

Combater lavagem de dinheiro e tráfico

No total, a operação teve como objetivo cumprir cinco mandados contra um núcleo criminoso especializado em lavagem de dinheiro e ocupação de bens. As investigações apontam que o grupo também atuava no transporte de armas e drogas.

O delegado Davi Moraes detalhou: “Estamos cumprindo cinco mandados de busca e apreensão contra um núcleo criminoso responsável por lavagem de dinheiro, ocupação de bens e apoio ao transporte de armas de fogo e drogas ilícitas.”

Ele acrescentou que o foco da ação é combater o desvio de recursos por meio da apreensão de materiais eletrônicos, documentos e identificação de bens registrados em nome de terceiros.

Dois presos em flagrante

Durante o cumprimento dos mandados, munições foram encontradas em dois endereços, o que levou à prisão em flagrante de dois homens. Um deles tentou reagir durante a abordagem.

“Ele ficou nervoso na leitura do mandado e tentou alcançar a arma da policial, mas foi contido com uso progressivo da força. Com ele também foram apreendidas munições e drogas”, relatou o delegado.Além da posse ilegal de munições, os dois suspeitos foram autuados por resistência e pelo ataque à policial.

“Colarinho branco” financiava o narcotráfico

O núcleo investigado é apontado como a “parte intelectual” da quadrilha, atuando como um verdadeiro “colarinho branco” do narcotráfico. Segundo o delegado, o grupo era responsável pela captação e lavagem dos valores obtidos com o crime.

Esses criminosos agiam por meio de terceiros, abrindo empresas de fachada e registrando bens em nomes de laranjas.

“Eles funcionam como mentores intelectuais, responsáveis pela ocupação de bens e abertura de CNPJs para dar aparência de legalidade às atividades”, detalhou o delegado.Ainda de acordo com ele, o núcleo investigado garante que o dinheiro chegue aos destinatários finais, que serão alvos de uma próxima fase da operação. Já os outros integrantes da organização, conhecidos como “pistas” e “vendedores”, cuidavam da venda direta ao consumidor e do transporte das drogas.

Operação tem ligação com homicídio

Durante o cumprimento dos mandados, munições foram encontradas em dois endereços, resultando na prisão em flagrante de dois homens. Um deles reagiu à abordagem:

“Ele ficou nervoso durante a leitura do mandado e tentou acessar a arma da policial, mas foi contido com uso progressivo da força. Com ele, foram encontradas munições e drogas”, relatou o delegado.Além da posse ilegal de munições, os detidos foram autuados por resistência e agressão contra uma policial.

Casas de luxo chamaram atenção da polícia

As residências vistoriadas chamaram a atenção pelo alto padrão.

“São imóveis que destoam dos alvos comuns da criminalidade. Já houve registros de outras forças policiais tentando realizar vistorias nessas casas, mas foram impedidas”, afirmou Moraes.Até o momento, nenhum veículo foi apreendido. As buscas continuam com apoio de cães farejadores. O delegado lembrou ainda que, um dia antes, outra operação havia sido realizada no mesmo bairro, o que pode ter alertado o grupo.

Apesar disso, ele ressalta: “Esse núcleo, especializado na lavagem de dinheiro, geralmente não armazena drogas ou munições em suas casas.”

Cursou jornalismo no Unileste - Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais. Em 2009, começou a estagiar na Rádio Itatiaia do Vale do Aço, fazendo a cobertura de cidades. Em 2012 se mudou para a Itatiaia Belo Horizonte. Na rádio de Minas, faz parte do time de cobertura policial - sua grande paixão - e integra a equipe do programa ‘Observatório Feminino’.
Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.