O vapor Benjamin Guimarães, barco construído há mais de 100 anos, volta a percorrer as águas do Rio São Francisco neste domingo (1º) depois de passar por processo de restauração que durou cinco anos.
O barco foi construído em 1913, nos Estados Unidos, e foi usado no transporte do Rio Mississipi e nos rios da Bacia Amazônica. No final da década de 1920, a firma Júlio Guimarães comprou a embarcação e trouxe para o porto de Pirapora, no interior de Minas Gerais, onde foi batizado de ‘Benjamin Guimarães’, em homenagem ao patriarca da família.
O vapor, último exemplar de seu tipo movido à lenha, passou então a percorrer o Rio São Francisco, com longas viagens pelo interior mineiro.
O Benjamim Guimarães tem 43,85 metros de comprimento, três decks, capacidade para 28 toneladas de combustível e propulsão por roda de pás – um verdadeiro monumento flutuante.
Presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), João Paulo Martins afirma que o vapor continua sendo parte essencial da vida no ‘Velho Chico’.
“Entregar o Benjamim Guimarães restaurado é reafirmar que o patrimônio não é apenas o que se preserva, mas o que se vive, o que se sente e o que se transforma em memória coletiva”, afirmou Martins.
O secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas de Oliveira, avaliou que o vapor representa a alma do povo mineiro e carrega histórias que se misturam com a do Rio São Francisco.
“A entrega do Vapor Benjamim Guimarães é um reencontro com a alma do povo mineiro e ribeirinho. Ele carrega memórias, histórias de fé, de luta e de esperança que navegam junto com o Velho Chico. É um patrimônio que não repousa: segue em movimento, como a própria cultura”, disse Leônidas.