Uma informação errada atrapalhou as buscas da família pelo corpo de Ednilson Matias Tavares, de 27 anos,
A irmã do jovem, Fernanda Chacon, revelou à Itatiaia que um equívoco na data em que ele havia sido visto pela última vez fez com que o corpo dele não estivesse entre os apresentados à família no IML. Com isso, foram onze dias entre a morte de Ednilson e sua identificação.
Inicialmente, acreditava-se que a vítima, velada e enterrada nesta sexta-feira (26), seria um morador de rua, porém,
Fernanda contou que familiares vinham procurando pelo homem nas últimas semanas, porém, após uma informação desencontrada, encontraram dificuldades na busca.
“Na data do falecimento dele estávamos viajando. Ele tinha muito costume de ir à casa dos meus pais. Ele tinha a casa dele, eu a minha. E nós voltamos, deu o prazo, e ele não apareceu. Meu pai então foi até a casa dele e viu que ele não estava, deixando a gente preocupado, sem contato com ele. Então começaram as buscas”, começou ela.
Os familiares chegaram a ir no IML onde o corpo do homem estava, porém, o corpo não foi apresentado a eles.
“A gente fez o Boletim de Desaparecimento e fomos orientados a ir ao IML e em hospitais. Fomos ao IML, porém, tínhamos perguntado para pessoas próximas a ele qual o último dia em que ele havia sido visto e falaram dia 15 de setembro. E no IML meu pai viu vários corpos sem identificação, porém eles mostraram da data do dia 15 em diante, e não encontramos. Depois fomos em vários hospitais, UPAs e ele não foi encontrado.
Quando a gente começou a ampliar essa busca, recebemos uma mensagem informando que ele havia sido atropelado no domingo (14), então voltamos ao IML e, infelizmente, era ele”, lamentou ela.
‘Estava comemorando o aniversário dele’
Ednilson havia feito aniversário no dia anterior ao de sua morte e, por isso, Fernanda Chacon acredita que ele voltava de uma comemoração quando foi atropelado pelo cabo da PM.
“Dia 13 de setembro ele completou 27 anos. Acredito que, pela hora do crime, ele estava comemorando o aniversário dele ali na região”, afirmou ela, muito emocionada.
Segundo Chacon, Ednilson era uma pessoa muito querida e que isso foi reforçado pela grande presença de pessoas no velório.
“Hoje eu perdi um irmão, meu único irmão, meus pais perderam um filho e se foi um amigo de muita gente. Ele era uma pessoa incrível, de bom coração, muito querida, com uma base familiar muito boa. Foi um irmão incrível para mim”, contou ela.
Por fim, Chacon afirmou que espera a justiça divina em relação ao autor do atropelamento, mas reforçou confiar em uma condenação.
“A gente espera de todo nosso coração que a justiça seja feita”, finalizou.
Relembre o caso
Imagens de circuito de segurança flagraram o momento em que Ednilson foi atropelado e morto por um policial militar. O suspeito, um cabo da PMMG, apresentava sinais de embriaguez.
No vídeo, é possível ver o motorista descendo de um Honda Civic branco, na rua Barcelona, no bairro Santa Cruz, e se aproximando da vítima caída no chão. Em seguida, ele arrasta o corpo do homem, retorna para o carro e foge.
Veja o vídeo do crime:
🎥Imagens cedidas à Itatiaia
— Itatiaia (@itatiaia) September 16, 2025
Veja o momento; pic.twitter.com/FoDBb0EZFL
Quando os militares chegaram,
Mais tarde, o veículo envolvido foi localizado estacionado em uma praça. O suspeito foi encontrado em uma boate próxima, na avenida Londres, também em Contagem.
Segundo a Polícia Civil, o militar se recusou a fazer o teste do bafômetro. Ele afirmou ter ingerido bebida alcoólica na tarde anterior, mas disse não se lembrar de ter atropelado ninguém.
Em 16 de setembro, a PMMG informou que o policial, de folga e à paisana, foi localizado e conduzido à Polícia Judiciária, por se tratar de crime comum e não militar. “A Corregedoria da PMMG acompanha o caso. O militar segue preso em uma Unidade Militar Prisional (UMP), à disposição da Justiça”, disse a corporação.
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou à época, também por meio de nota, que ele teve a prisão em flagrante ratificada pelos crimes de embriaguez ao volante, homicídio culposo e omissão de socorro.
Fontes da Itatiaia confirmam que o cabo da PM segue preso e foi indiciado por homicídio com dolo eventual e embriaguez ao volante.