DJ, artista circense e acrobata nas alturas, essa a descrição das ocupações de Beatriz de Souza Rezende, conhecida como Bya Circo. A jovem belo-horizontina de 28 anos tem repercutido na internet após divulgar os vídeos em que faz acrobacias em tecido a milhares de metros de altura - uma das gravações tem mais de 3 milhões de visualizações. Tudo isso sem usar equipamentos de proteção individual (EPIs), o que caracteriza a modalidade de acrobacia em tecido free solo.
Para desafiar a gravidade, Bya conta com a ajuda de um colega que a sustenta em um parapente durante os voos ousados. A maior altura em que ela realizou as acrobacias em mais de 3 mil metros e, agora, a meta da artista é fazer as manobras em diante de um juiz do Guinness Book.
“Sempre tive, desde nova, a vontade de ter um recorde, sempre admirei a galera de altura. Quando eu era mais nova vi uma reportagem de uma moça que fez uma performance no tecido acrobático pendurada em um balão de ar quente e fiquei admirada. Então, desde uns dez anos sonho em estar no livro dos recordes”, revela. Bya quer conquistar o marco de acrobacia em tecido em maior altura, mas hoje não tem condições financeiras para arcar com os custos de trazer um juiz do Guinness Book para avaliá-la.
Início no mundo da acrobacia
A artista conta que parte da família dela veio do tradicional circo de lona, e, foram esses familiares, que a incentivaram a começar a treinar ainda pequena. “Eu sempre tive tecido acrobático em casa, então sempre tive acesso e treinei desde muito nova”, relembra.
As acrobacias nas alturas começaram no coração de Belo Horizonte, no Viaduto Santa Tereza. “Iniciei minhas apresentações ali no viaduto, nos duelos de MC’s. Cheguei uma vez lá com um monte de tecido e fui me aperfeiçoando até chegar onde estou”. As propostas de voar com paragliders começaram quando ela se apresentou na Pedra na Gávea, no Rio de Janeiro. “Um piloto me viu e aí veio o primeiro convite para voo, que aconteceu lá no Rio de Janeiro”.
Risco
Bya reconhece que a prática é arriscada, mas esclarece que antes de começar a realizar as performances acrobáticas em grandes alturas se preparou e treinou, por muito tempo, as técnicas que utiliza, “Eu não tenho medo porque trabalhei tanto minha mente quanto a minha técnica para estar na altura. Aprendi a desligar o meu lado emocional nos voos. É muito raro eu sentir alguma coisa lá em cima. Mas, quando coloco o pé no chão, o pós-voo vem com aquela sensação de que consegui e todo o treinamento valeu a pena”, explica.
Ela esclarece que não utiliza equipamentos de segurança por escolha própria. “Eu subo sabendo de todas as consequências, mas a sensação de ter a sua vida na mão e de ver todo o treinamento que tive e todos os anos de esforços, faz valer a pena estar ali”.