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Família morta no Barro Preto: amiga cita alegria em último encontro e revela problemas financeiros

Amiga de Daniela e Cristina, encontradas mortas na última sexta-feira (9), contou o que pode ter levado a tragédia

Mulher deixou carta antes de ser encontrada morta com mãe e filha em apartamento de BH

Daniela Antonini, de 42 anos, e mãe dela, Cristina Antonini, de 68, foram enterradas na manhã desta quarta-feira (14), no cemitério do Bonfim, na região noroeste de Belo Horizonte. As duas foram encontradas mortas, junto a Giovana Antonini, filha de 2 anos de Daniele, em um quarto de um apartamento no Barro Preto na última sexta-feira (9).

À Itatiaia, a amiga de Daniela e de Cristina, Marci Oliva Ferraz, conta como era a convivência com a família. “Eram duas pessoas alegres e boas. O que está no Instagram é verdade. Ela [Daniela] não fazia tratamento oncológico, ela cortou o cabelo para doar. Ainda escreveu: ‘Se a gente pode doar o que poucas pessoas têm para receber, mas muitas pessoas tem para dar’”, comentou a amiga.

Marci também disse que foi pega de surpresa pela morte das três. “Eu não sei dizer qual a situação que levou essa tragédia. Não sei mesmo. Sabia que elas estavam com dificuldades financeiras na qual eu ajudava e o meu filho ajudava, o pai ajudava pagando pensão, plano de saúde e a avó paterna era muito presente”, detalhou.

A amiga da família disse que notou o sumiço de Daniela e que nem ela e nem a mãe respondiam às mensagens. “O último contato que a gente teve foi na madrugada do dia 29 para o dia 30 que era o aniversário da minha neta. Elas estavam rindo muito, alegres e felizes, esse foi o último contato. Mas, depois, as procurei, mandei várias mensagens e elas não responderam. Na sexta-feira cheguei a enviar: ‘Estou preocupada, se vocês não falarem qualquer coisa eu vou procurar socorro. Eu vou ao seu prédio”, relembrou Marci Ferraz.

Encontradas mortas

Na sexta-feira (9), os corpos de Daniela, Cristina e Giovana, foram encontrados dentro de um quarto vedado no apartamento da família no Barro Preto. A Polícia Militar foi ao local depois que síndica desconfiou do sumiço das mulheres e do mau cheiro que exalava do apartamento.

Dentro do cômodo havia também os corpos de 4 cachorros, e bandejas com carvão queimado. O que levou a polícia a suspeitar que família morreu intoxicada com monóxido de carbono. Os três corpos dessa família foram levados para o IML na sexta-feira (9), no dia seguinte, no sábado (10), o corpo da menina foi liberado, e sepultado. E os corpos da mãe e da avó ficaram cinco dias no IML, já que o processo de identificação foi mais complexo, foram liberados ontem e estão sendo sepultados nesta quarta-feira (14).

A Polícia Civil continua investigando o caso para saber o que levou as mortes, mas se sabe que Daniela estava passando por problemas de saúde mental, e deixou uma carta. No registro ela apontou que passava por dificuldades financeiras, e especialmente para pagar por um tratamento de saúde complexo que a filha pequena tinha que passar.

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Ana Luisa Sales é jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia desde 2022, já passou por empresas como ArcelorMittal e Record TV Minas. Atualmente, escreve para as editorias de cidades, saúde e entretenimento
Formado em jornalismo pela PUC Minas, foi produtor do Itatiaia Patrulha e hoje é repórter policial e de cidades na Itatiaia. Também passou pelo caderno de política e economia do Jornal Estado de Minas.