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Nada de IA: PBH entra na trend do Studio Ghibli com ajuda de artistas locais

Cenários icônicos da capital mineira foram recriados com auxilio de 12 artistas locais convidados pela Prefeitura de Belo Horizonte

O artísta utilizou os próprios traços marcantes usados nos mascotes do Cruzeiro e Atlético para realizar uma intervenção no mineirão

Em meio a trend do Studio Ghibli, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) convidou artistas locais para recriarem locais icônicos da capital mineira. Espaços como o Mineirão, a Praça da Liberdade, a Igreja de São José, a Praça Sete, Mercado Central e outros ganharam intervenções artísticas ou recriações por meio de traçados únicos.

O chargista Duke foi um dos artistas convidados da administração municipal e escolheu realizar uma intervenção no Mineirão. Duke colocou os mascotes dos times mineiros, Cruzeiro e Atlético, representados por seu famoso traço.

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“Quando eu vi o Mineirão, não teve jeito, meu trabalho, principalmente na Rádio Itatiaia hoje, é 100% ligado ao futebol e eu escolhi o Mineirão e fiz a intervenção dos meus mascotes, que é a minha assinatura mais peculiar”, explica o artista.

Duke também detalha a importância da ação em meio ao avanço das inteligências artificiais generativas. A criação e o uso dessas ferramentas vem causando muitas discussões relacionadas, principalmente, às questões éticas e ambientais envolvidas.

“Ninguém é contra o avanço tecnológico. Mas essas novas ferramentas da inteligência artificial, esbarram em dois problemas que eu acho fundamentais. Principalmente o ético, em relação à questão dos direitos autorais, a IA só se alimenta daquilo que já foi produzido, de copiar o conteúdo de um artista, disponibilizar aquilo de uma forma gratuita, e ganhar muito dinheiro com isso”, afirma Duke.

Studio Ghibli

Durante essa semana, uma nova trend viralizou nas redes sociais. As pessoas estavam pedindo para as Inteligências Artificiais recriarem fotos, mas com os traços do Studio Ghibli, responsável por animações japonesas.

A trend dividiu opiniões: de um lado muitas pessoas gostaram e recriaram as mais diversas imagens e compartilharam nas redes sociais. No entanto, outras pessoas apontaram para os problemas por trás, como os relacionados ao direito autoral e até mesmo questões ambientais.

O próprio fundador do Studio Ghibli, Hayao Miyazaki, já havia se posicionado contra o uso da inteligência artificial em 2016. Na ocasião, ele descreveu o uso da ferramenta na criação artística como “um insulto à vida”.

De acordo com a CNN Brasil, a mais recente atualização do Chat GPT que adicionou a ferramenta usada na criação das imagens baseadas no estúdio japonês, foi um sucesso de acessos. Em apenas 1h, a plataforma atraiu 1 milhão de novos usuários.

“Esses caras tão ganhando muita grana com conteúdo que nós fizemos, não só o artista, né, mas em geral, durante séculos e séculos. Então você pensa no caso, de um artista que passa a vida inteira desenvolvendo um traço, desenvolvendo um desenho, de repente uma rede social cópia disponibiliza para todo mundo”, finaliza Duke.

Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas