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MP vai investigar diretor de hospital onde mastologista acusado de estupro atendia em Itabira (MG)

Danilo Costa, de 46 anos, é acusado de abusar sexualmente de ao menos 15 mulheres; crimes aconteciam nas dependências do hospital

O mastologista Danilo Costa atendia no Hospital Nossa Senhora das Dores

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) afirma que vai abrir uma investigação contra o diretor do Hospital Nossa Senhora das Dores, em Itabira, cidade a 107 km de Belo Horizonte.

O procedimento tem o objetivo de apurar as denúncias contra o médico mastologista da unidade, Danilo Costa, de 46 anos, acusado de abusar sexualmente de mais de 15 mulheres, entre elas funcionárias e pacientes.

Em nota à Itatiaia, o MPMG afirmou que, apesar da decisão de investigar o diretor do hospital, no momento ele não é alvo de denúncia. Procurado pela reportagem, o Hospital Nossa Senhora das Dores negou que houve qualquer tipo de omissão da unidade e não foi informada da decisão do MP de investigar o diretor a unidade.

“A instituição não foi comunicada oficialmente sobre este posicionamento do Ministério Público. O hospital não recebeu intimação para nenhum procedimento investigatório e não teme caso ele seja realizado”, disse o hospital em nota.

A unidade de saúde ainda afirmou que possui um canal interno de denúncias e que não recebeu nenhuma contra o médico Danilo Costa pelo sistema.

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Na última segunda-feira (17), a Polícia Civil concluiu um dos inquéritos contra Danilo Costa e o indiciou pelos crimes de estupro, assédio e violência sexual. O caso foi encaminhado ao Ministério Público, que decidiu denunciar o médico à Justiça.

De acordo com o delegado João Martins Teixeira, responsável pela investigação, todas as vítimas têm entre 35 e 52 anos e sofreram os abusos dentro da unidade hospitalar. Entre as 10 vítimas iniciais, cinco eram funcionárias do hospital e cinco eram pacientes.

“Algumas pacientes chegaram até nós muito fragilizadas. Algumas fazendo até acompanhamento oncológico. A característica que a gente percebeu entre as vítimas é a fragilidade e vulnerabilidade extrema. [Muitas demoraram a denunciar] por medo da exposição, temor de serem descredibilizadas, além do medo de perder o emprego no hospital”, explica Teixeira.

Ao menos mais cinco vítimas procuraram a delegacia para acusar o mastologista de abuso sexual depois do encerramento da investigação. Para apurar as denúncias, a Polícia Civil informou que “um novo inquérito foi instaurado”.

Nota do Hospital Nossa Senhora das Dores

“Informamos que desde o início das investigações, o HNSD e sua diretoria têm sido transparentes no processo de gestão das informações referentes ao caso do mastologista Danilo Costa, tanto para o público interno e externo como, também, para as autoridades, tendo em vista o comprometimento com a verdade, com a justiça e com seu propósito em defender a vida e cuidar das pessoas.

Assim sendo, não há omissão por parte do hospital que, ao contrário, desde o início das investigações está à disposição das autoridades para os devidos esclarecimentos. Importante frisar que até o momento do envio desta nota, a instituição não foi comunicada oficialmente sobre este posicionamento do Ministério Público. O hospital não recebeu intimação para nenhum procedimento investigatório e não teme caso ele seja realizado.

O Hospital Nossa Senhora das Dores reforça que não compactua com atitudes de qualquer natureza que possam causar danos aos seus pacientes e/ou colaboradores e continua contribuindo com as autoridades e, prestando seu apoio e solidariedade às vítimas do mastologista Danilo Costa. Reforça, ainda, que não faz parte dos seus valores, tampouco da história de 165 anos, este tipo de conduta.

Salientamos, que a instituição tem um canal oficial de denúncias localizado no site www.hnsd.org.br e os colaboradores sabem da sua existência e são incentivados (as) a usá-lo para este fim. No canal a pessoa pode ou não se identificar. As denúncias são encaminhadas para a Comissão de Ética que faz a apuração e investigação dos casos e dá prosseguimento administrativamente aos casos junto ao jurídico e diretoria.

Importante frisar que não houve registros relativos ao caso investigado no canal de denúncias da instituição até a data de hoje”.

Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.
Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.