Uma mulher de 55 anos foi presa, nesta sexta-feira (14), por suspeita de manter ao menos quatro vítimas em cárcere privado e as obrigar a se prostituir em Belo Horizonte. O esquema de exploração sexual e trabalho análogo a escravidão foi descoberto após uma denúncia anônima.
Conforme o boletim de ocorrência, os policiais foram até uma casa de luxo, no bairro Cidade Jardim, na região Centro-Sul de BH, para apurarem uma denúncia recebida. Ao chegarem no local, foram recebidos por uma mulher. Ela disse que iria pegar a chave para abrir o cadeado do portão, mas não voltou.
Percebendo que ninguém iria os deixaria entrar, os militares bloquearam a garagem com uma viatura para impedir uma possível fuga e arrombaram o cadeado. Dentro da casa, eles encontraram sete mulheres e um homem.
Vítimas são do Amazonas e faziam programas para custear estadia em BH
Entre as mulheres que estavam no local, havia quatro vítimas. Todas disseram ter vindo do estado do Amazonas e contaram que estavam sendo mantidas presas e obrigadas a trabalhar como garota de programa para pagar o custo da estadia em BH.
Uma das vítimas disse que a cafetina havia se escondido no interior da casa quando os policiais chegaram. Os PMs fizeram buscas pelo imóvel, mas não acharam a suspeita. Então, os militares levaram as amazonenses para a delegacia e, lá, ao se sentirem mais seguras, elas contaram que a dona da casa estava escondida em um porão oculto.
Os PMs voltaram na casa, procuraram a mulher e a viram tentando fugir pela janela. Ela foi presa por suspeita de cárcere privado, rufianismo (lucrar com a exploração sexual de outra pessoa), favorecimento a prostituição e trabalho análogo a escravidão.
A cafetina foi encaminhada à delegacia, mas se manteve em silêncio durante o interrogatório. Na casa, a polícia também apreendeu R$ 901 em dinheiro, um aparelho de armazenagem de fotos e anotações referentes aos serviços de prostituição realizados pelas vítimas.
Cafetina ficava com 60% do valor dos programas e mantinha mulheres presas no subsolo de mansão
À polícia, as vítimas contaram que viviam na casa de prostituição há quatro meses. Elas alegam que ficavam presas, tinham a alimentação limitada e roupas escassas. As mulheres afirmam que a cafetina ficava com 60% do valor cobrado nos programas sexuais.
A partir da situação precária que estavam vivendo, elas decidiram acionar a polícia e denunciar os crimes cometidos pela suspeita. Ainda segundo o B.O, apesar da casa ser uma mansão, as vítimas eram mantidas no subsolo da residência, em uma área sem iluminação e ventilação adequadas. Segundo as mulheres, os quartos da casa só podiam ser usado durante os programas.