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Advento: desejos novos

Advento inspira uma revisão pessoal da própria vida, para abrir o coração às reconciliações

Tempo do Advento é delicadeza de Deus e, quando vivido adequadamente, inspira gratidão ao Pai

O tempo sagrado do Advento, preparação para a Festa do Natal de Jesus, ultrapassa os desejos efêmeros que se esgotam, as ofertas do comércio e os sonhos que o consumo alimenta. O convite deste tempo é para um confronto existencial com os anseios que habitam o coração humano, buscando superar expectativas adoecidas, que não alavancam a fonte genuína do sentido de viver. O Advento inspira uma revisão pessoal da própria vida, para abrir o coração às reconciliações. Afinal, aquele que vem, Jesus Cristo, é instrumento da reconciliação. A interioridade humana, principalmente no tempo do Advento, não pode se restringir a desejos alimentados apenas pelo consumismo ou por tudo mais que é efêmero. É preciso cultivar desejos novos como importante parte de um horizonte maior.

Compreende-se esse horizonte com o reverente olhar voltado para o Pai que envia Seu Amado Filho como Salvador e Redentor. Essa reverência pode adequadamente modular o relacionamento humano, tornando-o mais generoso e marcado pela capacidade de perdoar. O tempo do Advento é delicadeza de Deus e, quando vivido adequadamente, inspira gratidão ao Pai. Uma gratidão que abastece a alma de misericórdia, indispensável para construir um mundo novo. Uma gratidão misericordiosa que não obscurece e nem relativiza o bem recebido. Ao invés disso, fecunda o caminho da reconciliação - sentido genuíno do Natal.


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O Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidiu a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e publica semanalmente aos sábados no Portal Itatiaia.