O Instituto Mila Brasil anunciou que vai espalhar cartazes na Região Metropolitana de Belo Horizonte para identificar vítimas que não denunciaram o pedófilo Bernardino Batista dos Santos, de 77 anos.
O ex-padre está preso desde 23 de outubro desde ano. Uma investigação da Polícia Civil aponta que ele pode ter abusado sexualmente de centenas de crianças desde os anos 1980.
A ideia da campanha é procurar por vítimas a partir de 2012, porque casos mais antigos já prescreveram. As vítimas dos casos prescritos estão sendo incluídas no processo como testemunhas.
O instituto planeja começar a colagem dos cartazes no bairro Paraíso, em BH, local que concentra grande parte das vítimas de Bernardino. Depois, serão a campanha irá para Contagem, local da última paróquia em que ele trabalhou. Por fim, Juatuba, cidade onde o ex-padre foi preso.
Dai Dias, ativista social, fundadora da Rede Solidária BH e integrante do Instituto Mila Brasil, afirma que as vítimas que denunciarem serão acolhidas e receberão suporte, inclusive de tratamento psicológico.
“A gente está totalmente à disposição para receber todas as vítimas para entender como a gente pode ajudar cada mulher e cada criança de forma individualizada e de acordo com a sua necessidade”, afirma a ativista.
Leia mais:
- Ex-padre que acumula denúncias de abuso sexual há décadas é preso na Grande BH
- Ex-padre preso na Grande BH pode ter abusado sexualmente de mais de 50 crianças
- Vítimas de padre preso por estupros em BH relatam abusos e reclamam de ‘silêncio’ da igreja
Relembre o caso
O ex-padre Bernardino Batista dos Santos, de 77 anos, pode ter abusado de mais de 50 crianças de idades entre 3 a 11 anos desde os anos 1980. O suspeito foi preso em 23 de outubro deste ano.
A Polícia Civil informou que as investigações apontam para mais de 50 vítimas do ex-padre. Cerca de 10 já foram ouvidas pelas autoridades policiais, mas a corporação reforça o pedido para que possíveis outras vítimas compareçam a uma delegacia para realizar denúncia, mesmo que o crime já tenha prescrevido.
“É necessário que essas outras vítimas procurem uma delegacia de polícia para noticiar essa esse crime, porque enquanto mais vítimas a gente conseguir localizar, maior vai ser a pena e mais perto da justiça vai estar”, afirma Ana Paula Gontijo, da Delegacia Regional de Juatuba.