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‘Quanto mais os apostadores perdem, mais o influenciador ganha’, diz delegado sobre prisão de Gebê

Operação tem apreensão de carros de luxo; a defesa do jovem classifica a prisão de ‘desproporcional’

A Polícia Civil de Minas Gerais detalhou a ‘Operação ‘Vermelho 27', coordenada pelo Departamento Estadual de Combate à Corrupção e Fraudes, que prendeu o influenciador Gebê, de 26 anos, suspeito de exploração de jogos de azar, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e sonegação fiscal, nesta segunda-feira (30). A defesa do jovem classifica a prisão de ‘desproporcional’.

Conforme o delegado da Divisão de Fraudes, Magno Machado, o influencer arrecadava mais de R$ 1 milhão por mês. Durante a operação, dois veículos de luxo, com valores que somam cerca de R$ 4 milhões, foram apreendidos. A PC informou, ainda, que a investigação começou em maio deste ano.

“A investigação iniciou por levantamento de inteligência. Estamos verificando diversos influencers digitais que têm praticado a exploração de jogos de azar”, começou explicando.

Magno detalhou também como o influenciador lucrava com jogos de azar e disse que “quanto mais os apostadores perdem, mais os influenciadores digitais ganham”.

“Esses influenciadores digitais funcionam como garotos propaganda de uma plataforma, geralmente hospedada no exterior. Essas plataformas pagam e firmam um contrato com os influencers e também pagam uma comissão do que o jogador perder. Então, quanto mais os apostadores perdem, mais o influenciador ganha.”

Conforme os levantamentos preliminares, Gebê faturou milhões com o esquema e, com isso, mantinha um vida de ostentação nas redes sociais.

“Nós analisando as redes sociais dele. Uma vez que os influenciadores digitais precisam da propaganda, eles mesmos fabricam provas contra si. Então, a gente vai monitorando, fazendo a coleta dessas informações e, no momento oportuno, representado uma medida cautelar de busca e apreensão e da prisão temporária do investigado”, detalhou o delegado Magno.

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Gebê fez ação para motoboys do lado da delegacia de fraudes

Ainda conforme o delegado, o ex-funkeiro e agora influenciador promoveu, em agosto deste ano, uma ação para o motoboys de Belo Horizonte, oferecendo gasolina de graça a todos que fossem até o posto da Avenida Nossa Senhora do Carmo. Inicialmente, Gebê marcou a ação em um posto que fica ao lado da Delegacia de Fraudes da Polícia Civil que o investiga.

“Ele chegou ao disparate de ter marcado em determinado dia que distribuiria é 500 tanques de gasolina para as motocicletas no posto de combustível, que fica do lado da delegacia. Passada algumas horas, ele viu o erro que ele estava cometendo, desmarcou e marcou para outro bairro”, explicou.

O influencer também chegou a admitir em suas redes sociais o cometimento do crime. Em um vídeo publicado em seu Instagram, Gebê aparece contando dinheiro com diversas notas nas mãos, quando uma terceira pessoa pergunta o que ele está fazendo e ele responde que ele possui uma ‘lavanderia’.

Carro de luxo e avião

A PC investiga se uma aeronave, que não está no nome do influenciador, pertence a ele ou se tem ligação no esquema. “Não encontramos nenhum documento demonstrando que ele seria o proprietário do avião, mas, inclusive, mostra o avião plotado com seu nome”, disse o delegado, que ressaltou. “Lembrando que é uma previsão temporária de cinco dias. Foi uma medida cautelar para não atrapalhar a investigação”.

Gebê pode responder por exploração de jogos de azar, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e até estelionato.

O que diz a defesa

Segundo o advogado Jean Túlio, Gebê está colaborado com as investigações, e chamou a prisão de “excessiva”. Confira a nota completa

“A prisão temporária é tida pela defesa como desproporcional e excessiva, haja vista que outras medidas cautelares já seriam suficientes para salvaguardar a investigação. Basicamente, a prisão foi fundamentada pelo auto potencial econômico de Gebê e sua suposta capacidade de atrapalhar a investigação em razão de sua influência. De todo modo, Gebê tem assumido postura colaborativa e prestará todas as explicações necessárias para esclarecimentos dos fatos. Nossa expectativa é a de que a prisão temporária não seja convertida em preventiva e, com isso, o influencer possa acompanhar as apurações em liberdade.


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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.
Formou em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
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