Em 6 de outubro, a população de Belo Horizonte
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Uma das pessoas que se engajaram cedo nessa possibilidade foi a designer Gabriela Silva, de 35 anos. Pensou em produtos que pudessem ser presenteáveis e que pudessem dar visibilidade a esse novo símbolo: cangas, bonés, pino metálicos, adesivos e a própria bandeira.
“O projeto trouxe uma proposta que abriu um leque infinito de possibilidades para isso. A bandeira atual, e por ser apenas a reprodução do brasão acabava sendo utilizada única e exclusivamente pelo próprio governo. Ninguém nunca pensava ‘vou pra praia, vou levar aqui a minha canga com essa bandeira’. Nunca havia visto uma pessoa indo para uma balada com uma camiseta que usasse a bandeira, mesmo porque, faria parecer que você é um funcionário público”, disse Gabriela.
Os produtos estão à venda na loja virtual, e o preço é a partir de R$ 20. O boné — hit de venda — por R$107. “Vejo que muitas pessoas compram a canga para usar exposto na sala de casa; alguns djs a utilizam na mesa de som quando estão tocando, outros usam como bandeira mesmo. Já vi a canga até nas olimpíadas de Paris”, contou.
Serra do Curral, na região Centro-Sul de BH
Esse também foi o caso da professora e artista têxtil Flávia Lúcio, de 44, que se dedica a confeccionar pochetes em crochê, técnica que aprendeu com a avó. Ela também abraçou a nova bandeira e desenvolveu uma peça.
“Desde o dia que vi pela primeira vez achei que a nova bandeira tem identidade, que foi pensada com afeto para nossa cidade respeitando nossa história com os nossos elementos mais importantes. Merecemos ter uma bandeira só nossa como símbolo de tudo que somos. E somos muito. Ver as pessoas a usando é a maior prova dessa identificação”, disse Flávia.
Ela contou que o item foi bem recebido pelo público. “Já vendi algumas poucas peças para mulheres e homens”, completou. A pochete pode ser adquiria por R$ 290.
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Patricia Ferraz Martins, de 42, investiu em um item de decoração. “Achei a ideia da bandeira sensacional. É um símbolo muito importante para representação de um local. Uma criança pode olhar e entender! Isso é o que faz a bandeira algo que cria identidade entre as pessoas’”, disse. “O produto que desenvolvi foi uma banqueta de madeira com trama em tecelagem manual”, contou.
O item está disponível sob encomenda através das redes sociais dela pelo valor de R$ 299. “Foi um sucesso. Inicialmente, a minha intenção era um exercício criativo… Algo que eu pudesse exercer exercitasse o lado artístico de se ver algo e transformar em outra coisa com a minha arte, que é a tecelagem manual, mas a repercussão disso foi muito maior do eu imaginava”, finalizou.
Na foto, grupo Vai Na Fé
Origem da nova bandeira
Desde a publicação do projeto, os arquivos da bandeira — que contempla o céu, o sol e a Serra do Curral —, proposta pelo designer independente, morador de BH, Gabriel Figueiredo, estão em domínico público.
Com o título de “Uma bandeira para Belo Horizonte”, sua ideia de uma bandeira (e não apenas um brasão) para a cidade foi publicada ganhou as redes sociais. O projeto surgiu ao perceber que o uso da bandeira pela população da cidade é quase inexistente, aparecendo apenas em prédios e cerimônias oficiais da prefeitura.
Flávia Lúcio produz prochetes de crochê
Banqueta com a bandeira de BH
História do brasão
Hoje, a bandeira traz o brasão do município em fundo branco com brasão no meio. O primeiro brasão da capital foi proposto pelo arquiteto da Comissão Construtora da Nova Capital, José de Magalhães, em 1895, conforme documentos do museu Abílio Barreto.
Ele passou a atuar como bandeira em 1995. Depois disso, sofreu atualização do desenho original para os padrões contemporâneos.
Gabriel Figueiredo argumentou que os desenhos complexos são bem-vindos nos brasões, já que podem dar um aspecto de seriedade e legitimidade a documentos oficiais, por exemplo, mas, bandeira deve ser vista e identificada de longe. Pensando nisso, ele desenvolveu a nova bandeira que tem cores verde e azul, em divisão. Ao centro, fica um sol amarelo.
Referendo
A proposta de design virou projeto de lei, apresentado na Câmara Municipal no dia 6 de fevereiro de 2023 e aprovado em 2º turno no dia 23 de junho do mesmo ano.
Dois meses depois, a Câmara Municipal promulgou a lei que altera a bandeira oficial. Mas, para ser oficialmente alterada, a proposta precisa passar pelo referendo.
A decisão ocorrerá nas urnas.
Serviço
- Bandeira, adesivos, bonés:
www.agabrielasilva.ltda/produtos/ - Pochetes de croché:
www.instagram.com/ateliefbh/ - Banqueta:
www.instagram.com/studio.andorinha