“Não é para qualquer um”, expressão popularmente utilizada para definir um desafiador ofício, ou uma nobre missão, merece ser evocada em referência ao ministério sacerdotal: ser padre “não é para qualquer um”. Basta pensar na direção que a humanidade escolhe seguir para alcançar felicidade. O ser humano investe na busca ilimitada pelo consumo, pela estabilidade e por comodidades. A vida sacerdotal e o que os padres ensinam, à luz do Evangelho, apontam: somos sempre peregrinos. Os padres, de comunidade em comunidade, dedicam-se a formar discípulos de Jesus, estão em permanente mudança, mostrando a cada pessoa que não existe plena estabilidade, pois viver constitui um percurso, exigindo disposição para seguir adiante, reconhecendo que todos somos transitórios.
O ofício sacerdotal se contrapõe à lógica que mensura o sucesso a partir do acúmulo de riquezas e poder. Ninguém decide ser padre buscando ser “rico” ou “poderoso”, nem mesmo alcançar prestígio. Até porque, no mundo contemporâneo, é crescente o número daqueles que não têm fé, distanciando-se de vínculos com a religião. Ser padre é, acima de tudo, vocação. Significa, na liberdade de cada um, conseguir ouvir a voz de Deus, reconhecendo o chamado para a vida sacerdotal. Uma vida que se contrapõe ao mundanismo e, por isso mesmo, é permeada de obstáculos – até por injustiças. Mas, no coração de cada padre habita uma força que o reveste de alegria: o Espírito Santo de Deus, que liberta o ser humano de ilusões, inspirando-o a acolher a transitoriedade da vida, o desapego e a disponibilidade para servir. Características tão necessárias ao ser humano e tão evidentes na vida sacerdotal.
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Na primeira semana de agosto, celebramos a vocação ao sacerdócio. Ser padre “não é para qualquer um”, mas todos possam se inspirar e agradecer a Deus pelas bonitas lições da vida sacerdotal.