“A vida quer da gente coragem”, ensina Guimarães Rosa, em sua obra Grande Sertão: Veredas. Uma lição oportuna, pois muitos acreditam que a calmaria constitui a normalidade da vida. O reverso, as turbulências, os sacolejos, as tribulações e adversidades estariam na ordem do evitável, da anormalidade.
Ora, trata-se de engano grave! Pior, há quem pense que a fé é um tipo de barreira capaz de isolar as pessoas das mais diversas situações que causam sofrimento no mundo.
Leia mais:
Ao invés de barreira, a fé permite-nos enxergar melhor a realidade: viver é também passar por desafios, grandes e pequenos. Os apóstolos, os profetas e mártires, exemplares na fé, derramaram sangue e lágrimas.
E Maria, a discípula exemplar, suportou a dor de acolher seu Filho Amado, morto na Cruz, conforme nos ensina a imagem de Nossa Senhora da Piedade – Padroeira de Minas Gerais, na beleza singular de seu Santuário, na Serra da Piedade.
“A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta”, nas palavras de Guimarães Rosa. E aqueles que têm fé em Jesus Cristo compreendem melhor: viver é uma travessia, com seus altos e baixos, constituindo um caminho que não termina na dor, mas na alegria de alcançar o pleno amor de Deus.