O vírus da febre amarela foi identificado em um mico encontrado morto no bairro Sion, região Centro-Sul de Belo Horizonte. A informação foi confirmada pela prefeitura nessa segunda-feira (15).
Por meio de nota, a PBH informou que equipes da Secretaria Municipal de Saúde realizam o monitoramento de cobertura vacinal em residências que estejam em um raio de cerca de 300 metros de onde o animal foi encontrado. Contudo, o endereço exato onde o bicho foi achado não foi informado pela pasta. “Não há áreas isoladas”, disse a pasta.
Além disso, as vistorias dos profissionais da Zoonoses também foram intensificadas na área, visando eliminar possíveis focos do mosquito Aedes aegypti.
Na capital mineira, os últimos registros de casos em humanos são de 2018, quando foram confirmados 15 casos importados da doença. Em 2024, até o momento, foram notificados três casos que, após investigação, foram descartados para a doença.
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Cabe reforçar que a vacinação é a melhor forma de proteção contra a doença. “Em relação ao esquema vacinal, as crianças devem tomar a primeira dose aos 9 meses e a segunda aos 4 anos. Acima de quatro anos, a vacina é aplicada em dose única”, disse a pasta. A vacina está disponível nos Centros de Saúde durante todo o ano. Acesse
O que é a febre amarela?
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, imunoprevenível, de evolução abrupta e gravidade variável, com elevada letalidade nas suas formas graves. A doença é causada por um vírus transmitido por mosquitos, e possui dois ciclos de transmissão (urbano e silvestre). No ciclo urbano, a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Ae. aegypti) infectados. No ciclo silvestre, os transmissores são mosquitos com hábitos predominantemente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes.
Como acontece a transmissão?
Não há transmissão de pessoa a pessoa. O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados. Apenas as fêmeas transmitem o vírus, pois o repasto sanguíneo provê nutrientes essenciais para a maturação dos ovos e, consequentemente, a completude do ciclo gonotrófico. Nos mosquitos, a transmissão também ocorre de forma vertical, na qual as fêmeas podem transferir o vírus para a sua prole, favorecendo a manutenção do vírus na natureza.
Há dois diferentes ciclos epidemiológicos de transmissão: silvestre e urbano. Apesar desses ciclos diferentes, a febre amarela tem as mesmas características sob o ponto de vista etiológico, clínico, imunológico e fisiopatológico. No ciclo silvestre da febre amarela, os primatas não-humanos (macacos) são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus e os vetores são mosquitos com hábitos estritamente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes. Nesse ciclo, o homem participa como um hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata quando não vacinado.
No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados.
Qual o tratamento?
O tratamento da febre amarela é apenas sintomático, com cuidadosa assistência ao paciente que, sob hospitalização deve permanecer em repouso. Nas formas graves, o paciente deve ser atendido em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para reduzir as complicações e o risco de óbito. Medicamentos AAS/ Aspirina devem ser evitados, já que o uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas.
Quem pode se vacinar?
• Crianças, ao completarem 9 meses de vida, devem tomar 1 (uma) dose;
• Crianças, ao completarem 4 anos de idade, devem tomar a dose de reforço;
• Pessoas de 5 a 59 anos de idade, não vacinadas ou sem comprovante de vacinação, devem tomar 1 (uma) dose;
• Pessoas que receberam apenas 1 (uma) dose da vacina antes de completarem 5 anos de idade devem tomar 1 (uma) dose de reforço.
Macacos transmitem a febre amarela?
Vale lembrar que os macacos não transmitem a Febre Amarela aos humanos, atuando apenas como bioindicadores da presença do vírus naquela região, permitindo ao poder público adotar as medidas preventivas e de controle a fim de evitar a propagação do vírus.
Fontes: Ministério da Saúde e Prefeitura de Belo Horizonte