Ouvindo...

“Eu não tenho palavras para dizer como é perder uma filha”, diz pai de mulher morta após duas cirurgias plásticas em BH

A jovem, foi sepultada na manhã desta quinta-feira (30), em Santa Luzia, na Região Metropolitana; a Polícia Civil investiga a morte

Uma paciente de 28 anos morreu nesta quarta-feira (29) após fazer uma mamoplastia e uma abdominoplastia em uma clínica de estética no bairro Jardim Atlântico, na região da Pampulha, em Belo Horizonte.

“Estamos moídos, sofridos. Está doendo. É muito triste, eu não tenho palavras para dizer como é perder uma filha. Ainda mais como foi, ela saiu de casa, tomou banho e foi para clínica para um procedimento e voltou no caixão”. O relato de tristeza, é de Getúlio Alves Ferreira, pai de Thaynara Braz Alves, de 28 anos, que morreu após realizar uma mamoplastia e uma abdominoplastia em uma clínica particular, na capital mineira, na última quarta-feira (28).

A jovem, foi sepultada na manhã desta quinta-feira (30), em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No local, amigos e familiares lamentaram a morte da jovem, que morava na Bélgica e chegou a Minas Gerais há poucas semanas. Em entrevista à Itatiaia, o pai de Thaynara, contou como tudo aconteceu.

“Ela chegou no sábado, por volta de onze horas e ele estava em São José da Lapa, onde nós temos uma casa. Aí fomos passar o final de semana por lá. Na segunda, viemos embora e ela começou a mexer com os papéis para o procedimento. Na terça-feira cedo, ela foi e antes de ir, eu fiz três questionamentos sobre a clínica e ela me respondeu. Eu achei meio desconfiado, questionei se a clínica tinha um CTI, uma UTI, ou pelo menos um balão de oxigênio, caso ela passasse mal. Ela me prometeu, que o médico disse que tinha tudo isso lá", contou ele.

Leia mais: Mulher morta após plásticas em BH deixa 3 filhas, uma delas com autismo

Velório de mulher morta após plásticas em BH acontece nesta quinta-feira (30).

Segundo familiares, assim que ela fez a cirurgia, a jovem teve uma crise de ansiedade. “Segundo a nossa amiga e vizinha, que ficou com ela, era uma crise atrás da outra, e abre janela, fecha janela, ela queria levantar, mas não podia, por conta do procedimento e só tinha duas enfermeiras acompanhando ela”, continuou.

O pai da jovem, alega ainda, que o local não tinha nenhuma estrutura de hospital ou com equipamentos necessários para caso alguém passasse mal.

“Não tinha nenhum equipamento necessário. Eles tiveram que chamar o SAMU. Ela não viu nenhum médico, nada. Não teve assistência. Ela foi enganada pelo médico, com certeza”, confirmou o pai da jovem.

Segundo familiares, assim que ela fez a cirurgia, a jovem teve uma crise de ansiedade. Na foto, aparece o irmão e o pai de Thaynara.

“Ela era maravilhosa, alegre, brincalhona. Gostava de sair, de invetar comidas.. Quando ela chegava era festa. A gente não via a Thaynara a três anos. Ela foi ganhar o último filho lá e vinha sempre a cada dois anos. Agora, vamos ver o que vai acontecer. Ver o boletim de ocorrência, ver essa história. Porque a clínica que não tem uma estrutura para socorrer um paciente que está com parada cardíaca”, finalizou.

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou, por meio de nota, que instaurou inquérito para investigar a morte.

O que diz a clínica

Em nota, a clínica responsável pela cirurgia explicou que os procedimentos pré e pós-operatórios foram conduzidos de acordo com os protocolos médicos e que acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) assim que a paciente começou a apresentar complicações. Contudo, Thaynara não respondeu à segunda manobra de reanimação.

O estabelecimento fica no bairro Jardim Atlântico, na região da Pampulha, e conforme a Prefeitura de Belo Horizonte, tem toda a documentação em dia, incluindo alvará sanitário. “A última vistoria realizada pela Vigilância Sanitária no local foi em 15 de maio de 2024 e não foram encontradas irregularidades”, disse a nota da administração municipal.

Leia também


Participe dos canais da Itatiaia:

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.
Cursou jornalismo no Unileste - Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais. Em 2009, começou a estagiar na Rádio Itatiaia do Vale do Aço, fazendo a cobertura de cidades. Em 2012 se mudou para a Itatiaia Belo Horizonte. Na rádio de Minas, faz parte do time de cobertura policial - sua grande paixão - e integra a equipe do programa ‘Observatório Feminino’.