Um protesto em frente à Cidade Administrativa, sede do Governo de Minas, bloqueia completamente o trânsito nos dois sentidos da Linha Verde, MG-10, na tarde desta terça-feira (30). A manifestação é organizada por servidores da segurança pública do estado, que se reúnem em frente ao Palácio Tiradentes.
Segundo a organização, o ato busca uma recomposição salarial para a categoria. Nos últimos meses, representantes dos policiais civis, militares e penais, além dos bombeiros, realizaram protestos para reivindicar uma
Os sindicatos que representam as categorias das forças de segurança alegam que esse valor representa os sete anos em que os salários não foram corrigidos pela inflação pelo governo estadual.
“Queremos que o governador Romeu Zema nos pague a recomposição das perdas inflacionárias, que já chegam a 41,6%. A gente já tem o acumulado, dos últimos sete anos, sem o governo pagar a recomposição. Agora, ele anuncia que vai encaminhar um projeto, na quinta-feira, para a Assembleia Legislativa com 3,62% de recomposição de perdas. Isso não dá nem inflação do ano passado, que foi de 4,62%. Isso a categoria não vai aceitar. Nós arriscamos as nossas vidas para cuidar da população. Então, a gente não vai aceitar isso e, se preciso for, vamos endurecer nossas ações”, disse Wemerson Oliveira, presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais (Sindpol).
Os manifestantes afirmam que o trânsito ficará travado até às 18h. Segundo o presidente do Sindpol, atrapalhar o trânsito não era o objetivo inicial.
“Não era essa a ideia, mas infelizmente a categoria não está aguentando mais. A ideia era fazer uma carreata no centro de Belo Horizonte, pegando pela Antônio Carlos, sem atrapalhar o trânsito. Mas chega uma hora que a categoria não aguenta mais e acaba acontecendo isso”, comentou.
O que diz o Governo de Minas
Em nota, o Governo de Minas afirmou que “reconhece a importância de todos os servidores, incluindo o valoroso trabalho exercido pelas Forças de Segurança”. A atual gestão diz que está aberta ao diálogo e que propôs um reajuste geral de 3,62%.
Segundo o executivo, a proposta prevê a recomposição salarial retroativa a janeiro de 2024. O Governo ressalta que os gastos ainda estão acima do estipulado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, e que os reajustes gerais só são possíveis se aplicados a todas as categorias.
Confira nota completa:
“O Governo de Minas reconhece a importância de todos os servidores, incluindo o valoroso trabalho exercido pelos profissionais das Forças da Segurança. A atual gestão mantém os canais de diálogo abertos com os representantes das categorias e busca compreender e atender suas demandas, dentro do que a lei permite e das possibilidades fiscais e estruturais do Estado.
Mesmo diante da delicada situação fiscal do Estado, o Governo de Minas fez todos os esforços para garantir a revisão geral da remuneração dos servidores. Por isso, encaminhará à Assembleia Legislativa um Projeto de Lei (PL) prevendo reajuste geral de 3,62% nos salários de todo o funcionalismo público de Minas Gerais. A proposta prevê a recomposição salarial retroativa a janeiro de 2024.
Cumpre informar que o Estado ainda se encontra com os gastos com pessoal acima dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), tendo registrado no último quadrimestre de 2023 um comprometimento de 51,4% da Receita Corrente Líquida (RCL), para um limite máximo fixado de 49%. Conforme as regras da legislação, neste caso, só é possível a concessão de revisão geral da remuneração com aplicação do mesmo percentual e mesma data de vigência para todas as categorias”.