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Cães de faro e raio-X: o que é feito para identificar drogas K nos presídios de MG?

Apesar dos esforços, os policiais penais, que são a peneira para as drogas não entrarem no sistema prisional, acreditam que ainda são necessários avanços na estrutura e treinamentos

A cachorra Chiara em treinamento para atuação como cão de faro

Até março de 2024, foram realizadas mais de 9 mil apreensões das drogas K nas unidades prisionais de Minas Gerais. Além disso, nas penitenciárias da região metropolitana de Belo Horizonte, são investigadas 14 mortes suspeitas por overdose de drogas da família.

Entre as medidas utilizadas para identificar e apreender as drogas K nos presídios, o uso de cães farejadores tem sido uma ferramenta importante para as apreensões. “Além da perspicácia de nossos policiais penais, nós estamos também atuando em diversas frentes. Entre elas, posso citar o emprego do nosso grupamento de operações com cães, os cães de faro”, explica Leonardo Badaró, chefe do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG).

Os cães atuam nessa atividade porque, apesar da droga não possui odor, os animais têm um olfato com capacidade seletiva, que pode detectar a assinatura da droga K4, ou Spice. “Apesar de ser uma droga sintética, sua composição é extremamente semelhante à maconha. Com isso, o cão treinado para detectar a maconha, também consegue identificar a K4, através do mesmo princípio ativo, o THC”, esclarece Badaró.

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No entanto, por questões logísticas, não são todas as unidades prisionais do estado que possuem canis. Outra alternativa são os aparelhos de raio-x e scanners corporais.

“Os nossos equipamentos usados diariamente ou também nas visitas são o scanner corporal, ou body scan. E o scanner que a gente passa os alimentos e bolsa das visitas, que é o raio-x, igual aqueles vistos em aeroportos”, relata Magno Soares, diretor de comunicação do SINDPPEN, Sindicato dos Policiais Penais de Minas Gerais.

Avanços são necessários

Apesar dos esforços, os policiais penais, que são a peneira para as drogas não entrarem no sistema prisional, acreditam que ainda são necessários avanços na estrutura e treinamentos.

“Enquanto policiais penais, há dificuldade em identificar essa droga, porque é uma droga facilmente pulverizada. Sabemos das dificuldades das unidades prisionais em ter esse controle, principalmente em dias de visitas. E detalhe, unidades que têm os equipamentos, porque muitas unidades ou estão com equipamentos estragados, por falta de manutenção, ou até mesmo não tem”, afirma Magno.


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Repórter policial e investigativo, apresentador do Itatiaia Patrulha.
Jornalista graduada pelo UNIBH. Na Itatiaia desde 2012, já atuou como repórter de cidades e foi setorista de Trânsito. Atualmente ocupa a função de Supervisora de Produção
Pablo Paixão é estudante de jornalismo na UFMG e estagiário de jornalismo da Itatiaia