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Apreensões de drogas K em presídios mineiros em 2024 chega a 80% do total registrado em 2023

Presídios de MG registram 14 mortes por overdose da substância e 9 mil apreensões em 2024

Detento estava na Penitenciária Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves

A morte, na última semana, do detento Elias Martins, de 40 anos, que estava preso na penitenciária Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, completa a décima quarta com suspeita de overdose da droga K9 em presídios da região metropolitana de BH.

De acordo com documentos internos do Hospital, aos quais a Itatiaia teve acesso, Elias foi admitido no pronto atendimento do Hospital São Judas Tadeu com histórico de ingestão de K9. A morte dele está sendo apurada pelos órgãos competentes.

Com esse óbito, são pelo menos 14 casos de mortes suspeitas por overdose de drogas da família K em presídios da região metropolitana de BH sendo investigadas. Sete mortes ocorreram na penitenciária Dutra Ladeira e as outras sete no presídio José Martinho Drummond. Os dois locais ficam em Ribeirão das Neves.

Além das mortes, também preocupa as autoridades o aumento das apreensões dessa droga nas penitenciárias. Segundo Leonardo Badaró, chefe do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), neste ano, até março, foram 9.247 apreensões. Já em 2023 todo, foram 11.730. “Em três meses de 2024, nós já estamos atingindo quase o montante do ano anterior. Isso totaliza, entre 2023 e 2024, um montante aproximado de 21 mil micropontos apreendidos em nossas unidades prisionais”, detalha Badaró.

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Drogas K: histórico e aumento

As drogas K são sintéticas, extremamente perigosas e podem levar facilmente à morte por overdose, um fenômeno que tem sido visto, em especial, no sistema prisional. A droga pode vir em vários formatos, como micropontos, ou até borrifada em papéis e roupas.

O chefe do Depen afirma que a primeira ocorrência envolvendo as drogas K no sistema prisional foi em São Paulo, em 2019. “Os nossos registros identificam as primeiras apreensões realizadas no âmbito do sistema prisional no estado de São Paulo, ainda em 2019, gerando inclusive, no início de 2020, um alerta por parte do departamento especializado em drogas sintéticas da Polícia Federal quanto a esse iminente cenário aí que poderia repercutir no sistema prisional do país”, explica.


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Repórter policial e investigativo, apresentador do Itatiaia Patrulha.
Jornalista graduada pelo UNIBH. Na Itatiaia desde 2012, já atuou como repórter de cidades e foi setorista de Trânsito. Atualmente ocupa a função de Supervisora de Produção
Pablo Paixão é estudante de jornalismo na UFMG e estagiário de jornalismo da Itatiaia