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‘Caso de febre oropouche no Rio de Janeiro acende alerta para circulação do vírus no estado’, diz secretário

O paciente é um homem de 42 anos, morador do bairro do Humaitá, na Zona Sul da Capital Fluminense, e que tem histórico de viagem para o Amazonas

Rio de Janeiro registrou, pela primeira vez, um caso de Febre de Oropouche no estado

O primeiro caso confirmado de Febre Oropouche no Rio de Janeiro já acende um alerta das autoridades para a possibilidade de circulação do vírus no estado. O paciente é um homem de 42 anos, morador do bairro do Humaitá, na Zona Sul da Capital Fluminense, e que tem histórico de viagem para o Amazonas, estado que vive um expressivo aumento do número de casos da doença. Apesar do caso ser considerado “importado” pelas autoridades de saúde, essas não descartam a possibilidade da entrada do vírus no estado.

“É um caso que tem histórico de passagem do Amazonas, então tudo indica que é um caso importado. Nesse momento, a gente ainda não pode dizer que há transmissão ou circulação do vírus Oropouche no estado do Rio de Janeiro. Mas esse caso já acende um alerta porque deixa a possibilidade desse vírus entrar no estado do Rio de Janeiro e circular como circulam outras arboviroses como dengue, zica e chikungunya”, disse Mário Ségio Ribeiro, Subsecretário de Vigilância e Atenção Primária à Saúde do Estado.

Mário explica que apesar do vírus ser transmitido por um mosquito muito característico da Região Norte, estudos indicam que há possibilidade do doença ser transmitida por um vetor muito comum no estado do Rio.

“Há estudos que revelam que um vetor muito comum no estado do Rio de Janeiro e acho que no Brasil inteiro que é o culex, o nosso famoso pernilongo, que é um mosquito que tem abundância em todas as regiões, principalmente nas metropolitanas. É possível que esse mosquito também transmita o Oropouche para os seres humanos. O processo de espalhamento da doença é o mesmo que ocorre pelos vírus transmitido pelo Aedes Aegypti. Se for confirmado que o pernilongo também transmite, ele vai picar essa pessoa infectada, vai desenvolver o vírus dentro do seu organismo e vai transmitir o vírus pra outras pessoas e, automaticamente, fazer aquele ciclo de transmissão como acontece já hoje com a dengue.”

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o paciente segue sob investigação epidemiológica pela equipe de Vigilância em Saúde do município do Rio de Janeiro. Ainda segundo a pasta, o paciente não foi internado durante o período da doença e apresenta boa evolução do quadro clínico.

A confirmação do primeiro caso de paciente com Oropouche no Rio foi feita por meio de exame laboratorial na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O caso está sendo considerado como “importado”, sem circulação doméstica do vírus (cenário em que há transmissão entre pacientes dentro do território). A classificação foi feita após análise do histórico de viagem do paciente ao estado do Amazonas, que vive um expressivo aumento do número de casos nos primeiros meses de 2024.

“O Centro de Inteligência em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde segue acompanhando a investigação sobre o caso; como os sintomas são muito parecidos com os da dengue, é importante que os médicos perguntem, logo no primeiro atendimento, se o paciente viajou para região Norte do país recentemente e, da mesma forma, quem viajou para a região Norte deve relatar esta informação, contribuindo assim para um diagnóstico mais preciso e o tratamento adequado”, orienta Claudia Mello, secretária de estado de Saúde.

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Diana Rogers tem 34 anos e é repórter correspondente no Rio de Janeiro. Trabalha como repórter em rádio desde os 21 anos e passou por cinco emissoras no Rio: Globo, CBN, Tupi, Manchete e Mec. Cobriu grandes eventos como sete Carnavais na Sapucaí, bastidores da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.