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Americano é condenado à prisão pelo assassinato da ex-namorada no Barreiro, em BH

Thales Tomás do Vale foi condenado por homicídio quadruplamente qualificado contra Emilly Fernandes, além de vários outros crimes

Thales Tomás do Vale foi condenado pela morte de Emily Luiza Ferretti Fernandes

O tatuador e cidadão estadunidense Thales Tomás do Vale foi condenado, nesta quinta-feira (29) a quase 30 anos de prisão pelo assassinato da ex-namorada, Emilly Luiza Ferrete Fernandes, que foi morta aos 25 anos, em agosto de 2022, na região do Barreiro, em Belo Horizonte (relembre o caso no fim da matéria).

Thales respondia por homicídio quadruplamente qualificado (‘motivo fútil’, ‘meio cruel’, ‘recurso que dificultou a defesa da vítima’ e ‘feminicídio’) e também pelos crimes de rufianismo (cafetinagem), violência psicológica contra mulher, divulgação de cena de sexo majorado, lesão corporal qualificada e dano qualificado, todos contra Emilly. O réu também foi condenado pelos crimes de resistência a prisão, porte de substância entorpecente e por tentativa de homicídio contra o irmão de Emilly.

A pena foi fixada em 29 anos e 4 meses de prisão, 10 meses de detenção, 35 dias-multa e dois meses de prestação de serviço comunitário após o cumprimento da pena. Segundo o juiz Ricardo Sávio, o condenado também teve seus direitos políticos suspensos e deve permanecer preso mesmo enquanto recorre da condenação.

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Relembre o caso

Segundo a investigação, Thales iniciou um relacionamento amoroso com a vítima no mês de outubro de 2021. Como morava nos Estados Unidos e a vítima residia no Brasil, o namoro era mantido à distância, com encontros presenciais quando Thales vinha para cá.

Entre os meses de fevereiro de março de 2022, o denunciado a convenceu a realizar “programas sexuais” para que ela conseguisse dinheiro para ir morar com ele nos EUA. Envolvida amorosamente, Emily passou a estudar inglês, fazer planos para a mudança e enviar dinheiro para ele.

“O denunciado era pessoa extremamente possessiva e controladora, exigindo que a vítima o mantivesse informado de todos os “programas sexuais” que fizesse, inclusive enviando para ele os horários de início e término, bem como fotos e vídeos da prática dos atos sexuais com terceiros, assim agindo como forma de ter informações e controle sobre a renda auferida pela vítima”, informou o texto do MP.

O suspeito a convencia a enviar vídeos de suas relações, dizendo ser por “fetiche”, mas, na verdade, acumulava material para ameaçar a vítima de exposição.

Quando a vítima começava a mostrar insatisfação com a relação, ele é acusado de praticar violência psicológica — ameaçando-a e chantageando-a com a promessa de ter sua vida profissional, na atividade de prostituição, exposta para amigos e familiares.

Conforme a investigação, o namoro terminou em junho de 2022, por decisão da vítima. Foi então que ele teria criado um perfil falso da vítima nas redes sociais, onde divulgou, sem o consentimento dela, vídeos e cenas de sexo.

Além disso, Thales passou a perseguir a vítima para reatar o relacionamento. Em agosto do mesmo ano, quando ele veio ao país, segundo a denúncia, ele conseguiu retomar o namoro passou a agir com maior agressividade. Emilly foi assassinada a facadas. Ele foi preso no dia seguinte ao crime escondido em um motel no Betânia, na região Oeste.

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Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.