O homem suspeito de envolvimento no sequestro e morte trágica da jovem Layze Stephanie Gonzaga Ramalho da Silva, 21 anos, disse à Itatiaia que entregou a vítima a traficantes do bairro Pindorama, região Noroeste de Belo Horizonte, para um ‘desenrolo de dívida’. O suspeito, preso na manhã desta terça-feira (20), é do Mato Grosso do Sul, tem passagens por tráfico internacional de drogas e mantinha um relacionamento com Layze há um mês. Uma funcionária de um motel de Belo Horizonte também foi presa.
- Veja a atualização sobre o caso:
Jovem queimada viva na BR-040: suspeito mentiu sobre dívida de vítima com o tráfico - Segundo a Polícia Civil, o dinheiro pedido pelo suspeito em nome de Layze Stephanie era para suas próprias dívidas; jovem não tinha envolvimento com organizações criminosas
Durante a entrevista, o suspeito, de 34 anos, apresentou diferentes versões, entrou em contradição, não conseguiu responder várias perguntas e negou participação na morte. Layze foi encontrada com o corpo em chamas por um caminhoneiro, às margens da BR-040 em Pedro Leopoldo, Grande BH. De acordo com a Polícia Militar (PM), ela estava desaparecida desde segunda-feira (12) de Carnaval, foi torturada e ainda levou sete facadas antes ter o corpo queimado.
“Minha participação nisso, como a família dela sabe, foi levar ela lá (bairro Pindorama). Tanto que ninguém sabia que iria acontecer isso. (Traficantes) Falaram que era sobre dívida. Só pediram para deixar ela lá, para ser um desenrolo de dívida. Deixei ela em um bar, numa praça. Vi só ela saindo com o pessoal e não tive mais acesso a ela”, disse o suspeito à Itatiaia. A versão dele é contestada pela família da vítima.
Ainda conforme o suspeito, ele reencontrou Layze nessa segunda-feira (19), após a jovem pedir para ele buscá-la em uma chácara, onde estava sendo torturada. Ele contou que a vítima estava machucada e que a levou para um motel. Questionado por que não chamou a polícia ou procurou um hospital, ele respondeu que a vítima estava com medo dos traficantes.
Apesar de negar participação no crime, a família da vítima disse que o suspeito fez uma chamada de vídeo para a mãe de Layze, pedindo R$ 30 mil para libertá-la. No vídeo, Layze aparecia machucada. “Não fiz ameaça nenhuma, até porque não estava devendo nada. Ela me pediu uma ajuda, que foi buscar nessa chácara onde bateram nela”, disse.
Para o pagamento do resgate, o suspeito informou uma chave pix da funcionária do hotel presa nesta segunda-feira (20).
Entenda
Um homem e uma mulher foram presos, suspeitos de participação no crime, foram presos pela PM nesta segunda-feira (20). A jovem foi encontrada com o corpo em chamas por um caminhoneiro que passava por um trecho da BR-040 na cidade de Pedro Leopoldo, na Grande BH, na noite dessa segunda-feira (19). O motorista acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a polícia imediatamente.
Layze teve 90% do corpo queimado e morreu ao dar entrada no Hospital João XXIII. Além das queimaduras, a jovem sofreu pelo menos sete facadas em todo o corpo. De acordo com a polícia, ela foi sequestrada e estava sendo mantida em cárcere privado desde o domingo (11) de Carnaval.
A família da Layze conta que, desde o desaparecimento, passou a receber ameaças, para quitar a dívida. Caso contrário, ela seria morta. A família tentou juntar dinheiro para pagar, mas não conseguiu todo valor .
Prisão
Militares tiveram acesso à chave PIX enviada para o pagamento da dívida. Os policiais encontraram o homem e a mulher em um carro nas imediações do bairro Jardim Leblon, região de Venda Nova, em BH. O veículo foi alugado pela suspeita, que nega participação no crime. Ela afirmou aos policiais apenas ser a dona da chave PIX repassada à família da vítima.
Já o homem preso estava com três identidades falsas. O nome usado por ele não foi encontrado no banco de dados.
Apresentado como namorado
A família de Layze conheceu um dos suspeitos do crime no domingo de Carnaval, na casa onde moram no Pindorama. A jovem apresentou o homem como seu “namorado”. Desde então, nem ela, nem o suspeito, eram vistos na região.
*Com informações de João Eduardo Santana
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