Vender marmitas virou um negócio para muitas pessoas impactadas pela pandemia de Covid-19, que teve o pico de mortes no Brasil em 2021. No entanto, muito antes do coronavírus aterrorizar o mundo, a dona de casa Patrícia Aparecida, de 49 anos, já tinha identificado na produção de comida caseira um negócio para manter a família.
Moradora de Betim, na Grande BH, Patrícia vende marmitas na MG-30, em Nova Lima, há uma década. “Meu esposo estava desempregado e a gente estava passando necessidade para sustentar a casa. Meu primo, que trabalhava em uma obra aqui, falou que eu cozinhava bem e que podia vender marmitas nas obras”, lembra.
Patrícia aceitou a sugestão, o negócio decolou e atualmente são mais de 2,5 mil marmitas vendidas por mês ao preço de R$ 15 e com um suco de brinde. “Todo dia acaba”, diz a cozinheira, lembrando da trajetória: “Foi só melhorando, melhorando e estamos aqui até hoje. É comida caseira, que eu mesma faço. Temos uma cozinha separada em casa e fazemos tudo direitinho”, diz.
A história de sucesso de Patrícia é o tema da terceira matéria da série especial Marmiteiros, iniciativa da Itatiaia sobre pessoas que produzem vários tipos de marmitas e vendem a preço acessível.
“É motoboy, motorista de aplicativo, caminhoneiros e o pessoal da obra também. Muitos já conhecem a gente há muito tempo”, diz sobre os clientes conquistados ao longo de 10 anos.
Patrícia conta que o cardápio é variado. “Cada dia tem uma coisa: frango com quiabo, carne cozinha, tropeiro, bife de boi, de porco, costelinha e feijoada, toda sexta. Tempero mineiro feito em casa no capricho”, disse. Patrícia diz que a produção de marmita ajudou a criar as duas filhas, atualmente com 22 e 28 anos.
Pesquisa
O preço é um atrativo. A última pesquisa divulgada pelo site Mercado Mineiro apontou o preço de uma marmita pode chegar a R$ 39 e pode variar até 169%. O levantamento foi feito em mais de 70 estabelecimentos da Grande BH. Em apenas dois, o preço encontrado foi de R$ 15, valor adotado por Patrícia na MG-30. Boa parte vende a marmita grande por mais de R$ 20.
Aprovado
O operador de equipamentos Silmar da Silva Rocha, 38 anos, morador do bairro Betânia, em BH, conversou com a Itatiaia enquanto almoçava o tropeiro. “O tempero é bom. É mais suave do que eu estou acostumado, mas me atende. O preço é acessível e está no padrão de R$ 15", diz o trabalhador.
Silmar diz que encontra marmita em restaurantes da região por R$ 17 e R$ 19, mas ressalta: “Dou a preferência para o pessoal aqui, porque é mais de família, um pessoal que você vê que está na luta como a gente.