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“Neste calor intenso, diversos centros de saúde construídos com o modelo PPP (Parceria Público-Privada) registram temperaturas que chegam a quase 43°C. São unidades onde não há ventilação suficiente, falta de janelas adequadas, sem equipamentos próprios e com condições insalubres de trabalho”, afirma o sindicato por meio de nota.
A entidade relatou, ainda, que alguns médicos fizeram medições de temperatura dentro dos consultórios. No Centro de Saúde Santa Amélia, na região da Pampulha, a temperatura chegou aos 39°C, segundo os profissionais. Já no Centro de Saúde Zilah Sposito, na região norte, o termômetro teria chegado aos 40,9°C dentro do consultório médico.
“O Sinmed-MG destaca sua indignação com essa situação e a preocupação com a saúde dos profissionais que trabalham nessas unidades. Somado a isso, a população também fica em risco, já que essas unidades atendem crianças, idosos e gestantes que são grupos vulneráveis ao calor excessivo, tendo como consequência desidratação, mau súbito e outras gravidades”, conclui a nota.
À Itatiaia, o diretor do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, o médico de família Artur Mendes, conta que a entidade cobra medidas da prefeitura há mais de um ano, mas que os médicos não possuem a permissão de ligar ventiladores dentro dos consultórios. Ele alega que o calor extremo acaba piorando a saúde dos pacientes que procuram os Centros Médicos, além de impossibilitar o trabalho de diversos profissionais.
“Veja, por exemplo, a situação de uma criança febril que chega nessa unidades, ela sai de lá piorada. Veja a situação daqueles profissionais que ali estão trabalhando e passam o dia inteiro, cerca de 20 horas na unidade, sem possibilidade de colocar o ventilador, porque proíbem colocar, sem o ar condicionado permitido. A situação que vivenciamos hoje é vexatória, para não dizer uma situação perigosa. Ao invés de cuidar na saúde, nós temos adoecido as pessoas, em especial quem está lá dentro”.
A preocupação dos profissionais que atuam nos Centros de Saúde, agora, é com a chegada do verão e a possibilidade de novos recordes de temperatura: “Precisamos de soluções, não é para amanhã ou depois de amanhã, são soluções para ontem. Isso é muito sério, as pessoas estão adoecendo e o gestor não quer enxergar”, ressalta Artur Mendes.
Por meio de nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que “está ciente da situação e que os locais possuem ventilador para amenizar a sensação de calor de trabalhadores e usuários”. A nota do executivo concluiu dizendo que “cabe esclarecer que já estão sendo tomadas as medidas necessárias para a instalação de ar-condicionado”.