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Professores da rede particular de BH fazem greve e assembleia nesta quarta (30)

Categoria afirma que patrões tentam reduzir direitos antigos dos professores e não atendem às demandas sugeridas; paralisação por tempo indeterminada é possibilidade

Categoria afirma que patrões tentar retirar direitos dos professores

Professores da rede particular de ensino de Belo Horizonte prometem fazer uma paralisação em suas atividades nesta quarta-feira (30). A categoria vai se reunir no mesmo dia para avaliar a possibilidade de uma greve por tempo indeterminado. O movimento é liderado pelo Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro Minas).

Os professores acusam os donos de escolas particulares de tentar reduzir direitos da categoria. Entre as mudanças sugeridas pelos patrões, estão a diminuição do adicional por tempo de serviço, a alteração da isonomia salarial, reajuste sem ganho real, pagamento de abono parcelado e alteração nos períodos de férias e recesso entre dezembro e janeiro.

Além da paralisação, a categoria promete se reunir às 9h de quarta (30) na Associação Médica de Minas Gerais para discutir o rumo do movimento. A possibilidade de uma greve por tempo indeterminado também deve ser avaliada pelos professores.

Escolas se defendem

O superintendente do SinepeMG (sindicato que representa as escolas particulares de Minas Gerais), Paulo Leite, afirma que as negociações entre escolas e professores envolvem muitas pautas. Ele informou que 90% das escolas associadas são micro e pequenas empresas com orçamento restrito, o que dificulta grandes mudanças sem afetar diretamente a saúde financeira.

“O SinepeMG pretende atingir a valorização do profissional, com o reconhecimento de sua ótima entrega, de acordo com a dinâmica e a proposta de cada instituição particular, dentro de suas possibilidades e limitações.”

Segundo o superintendente, não houve nenhuma comunicação formal para o Sinepe sobre a paralisação.

Professores chegam ao “limite”

A presidente do Sinpro Minas, Valéria Morato, afirmou que a entidade comunicou aos patrões sobre a paralisação desta quarta. A representante afirma que a campanha de negociação começou em março e que a categoria chegou ao limite na defesa dos direitos.

“Além de mexer na cláusula de isonomia salarial, que é muito importante para os professores, também querem mexer na cláusula de adicional por tempo de serviço, é o adicional pela dedicação, pelo tempo que se dedica àquela escola. O professor trabalha de manhã, tarde e noite, não tem outra possibilidade [de discutir o assunto] a não ser com paralisação.”

Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.