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‘Samurai de BH’ detalha ação para impedir furto de bicicletas: ‘era tudo ou nada’

Fisioterapeuta impediu furto de seis bicicletas ao ‘assustar’ suspeitos com uma katana em BH

Fisioterapeuta usou espada japonesa para impedir furto

O fisioterapeuta Alisson D’jean, de 39 anos, que ficou conhecido como o “Samurai de BH”, explicou que teve tempo de trocar a roupa e ir ao banheiro antes de impedir o furto de seis bicicletas no bairro Santo Antônio, na zona Sul da capital. A ação foi flagrada por sua mãe, que viu os suspeitos cerrando o portão do edifício para cometer o crime. O caso ocorreu em 13 de agosto, mas se tornou conhecido após as imagens viralizarem na sexta-feira (25).

Em entrevista à Itatiaia, Alisson explicou que esta foi a quarta invasão no prédio em 35 dias. Na terceira, ele ouviu o barulho do alarme tocando por dois minutos, mas optou por não fazer nada e acionar a polícia. “Aí descemos, conversamos com a polícia e a polícia falou pra gente: ‘Olha, infelizmente a gente pode prender, mas amanhã tá na rua de novo. Eles vão vir aqui, vão roubar suas bicicletas e vão voltar para entrar nos apartamentos’. Ouvindo isso, eu tomei uma decisão. Não deixaria e não daria essa oportunidade deles entrarem no meu apartamento”, conta.

Na madrugada do dia 13, a mãe de Alisson percebeu que os suspeitos estavam cerrando o portão e entrou em “pânico”. Na ocasião, segundo ele, ela tentou avisar o síndico, mas, devido ao desespero, ela não conseguiu fazer a ligação e nem acionar o interfone. “Ela não queria me avisar, mas ela não teve outra opção. Eu estava na sala acordado tocando guitarra e ela invadiu a sala gritando: ‘corre, corre, corre… estão invadindo’. Naquele momento e, pensando na mensagem que a polícia tinha passado pra gente, eu achei que eles iam entrar no prédio. Então para mim era tudo ou nada, né? Porque na minha casa eu não daria essa oportunidade para eles”, explica Alisson.

O uso da katana, uma espada de Samurai, foi pensado. “No momento tudo que eu tinha era essa espada bem afiada feita à mão, uma espada japonesa, uma espada de Samurai, uma katana. Eu tive tempo de colocar uma calça, estava frio, resolvi colocar uma blusa, fui ao banheiro e voltei. Na hora que eu tô entrando no elevador, eu encontro com ela [mãe dele], ela conseguiu comunicar com o síndico e nós descemos juntos, mas eu acho que ele não sabia o que eu estava fazendo. Graças a Deus, o síndico apertou o botão do ‘Pi’ ao invés do botão do ‘G’”, recorda.

Isso fez com que Alisson demorasse um pouco mais para chegar até os suspeitos. “Segundos antes eu teria saído do elevador e dado de cara com eles levando as bicicletas, né? Então a história teria sido um pouco diferente. Graças a Deus nenhum sangue foi derramado, todas as seis bicicletas que eles estavam furtando na noite foram recuperadas e eu acho que o recado foi dado, porque não voltaram. Graças a Deus a gente tá podendo rir dessa situação, que eu acho que é o melhor que eu tiro disso, rir com os meus amigos, com as pessoas certas e as que estão chegando”, finaliza. Vale lembrar que a polícia recomenda não reagir em casos como esse.

Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.
Repórter policial e investigativo, apresentador do Itatiaia Patrulha.