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Covid-19: laboratório registra aumento na taxa de positividade; entenda relação com nova variante

Novas variantes e tempo de exposição aos anticorpos podem ter relação com aumento da taxa de positividade da Covid-19

Procura por testes da Covid-19 diminuiu, mas taxa de positividade aumentou

Apesar da procura por exames da Covid-19 ter caído em agosto, a taxa média de positividade vem crescendo nas últimas semanas em Minas Gerais. O dado é do laboratório Hermes Pardini, que registrou um aumento de 50% nos testes positivos no estado. Em agosto, cerca de 13% dos exames feitos foram positivos para Covid-19. A Prefeitura de Belo Horizonte esclareceu que não teve crescimento significativo da taxa de positividade da capital.

O aumento da circulação do vírus na população pode ser explicado pelas novas variantes da Covid-19 e pelo tempo de exposição aos anticorpos. Isso porque, com o tempo, os anticorpos adquiridos pela infecção ou pela vacina vão diminuindo e, por isso, de tempos em tempos surgem novas ondas de contaminação. Além disso, as novas variantes têm se mostrado mais transmissíveis.

“Toda variante tem um potencial de transmissão maior, porque ela tem uma vantagem sobre as antigas, ela consegue ter uma disseminação mais rápida e também consegue é passar os anticorpos que a pessoa já tem. Também tem a questão do tempo, que a gente sabe que tanto na infecção inicial, quanto na vacina, os anticorpos produzidos vão decaindo ao longo do tempo. Então, nessa queda de anticorpos você pode ter novamente uma infecção”, explica a médica infectologista do Hermes Pardini, Melissa Valentini.

A médica, entretanto, destaca que as novas variantes não apresentaram maior letalidade ou risco de contrair a forma grave da Covid-19. Além disso, o esquema vacinal tem diminuído as chances dos pacientes contraírem a forma grave.

“Embora os vírus que são variantes consigam escapar da resposta imunológica produzida pela infecção anterior, ou mesmo pela vacina, as vacinas continuam sendo importantes para evitar os quadros mais graves associados a Covid. Esses anticorpos podem não impedir a infecção, mas eles são efetivos para que a pessoa não desenvolva quadros graves. A vacina de Covid-19 bivalente está disponível para população acima de 18 anos”.

Outras formas de proteção

A imunização continua sendo a melhor forma de prevenção à Covid-19, mas a médica infectologista Melissa Valentini destaca que medidas como uso de máscara e isolamento em caso de sintomas gripais continuam sendo recomendadas. No caso da máscara, no entanto, Melissa destaca que ela deve ser usada de forma correta e em casos mais específicos.

“Se a pessoa optar por usar a máscara tem que usar direito, efetivamente cobrindo o rosto. Pessoas que são imunossuprimidas, que estão em quimioterapia ou que estão com outros imunossupressores quaisquer têm que avaliar o risco com o médico. Pessoas com quadros de doenças respiratórios devem usar a máscara para proteger o restante da população, além de evitar locais fechados e evitar contato com muita gente”.

Nos casos em que o paciente já foi diagnosticado com a Covid-19, as recomendações continuam as mesmas da época da pandemia: ficar em isolamento entre 5 e 7 dias e manter o uso da máscara por, pelo menos, duas semanas.