Ana Carolina Cunha, de 39 anos, revisitou o passado ao recordar a morte da filha, Isabella Nardoni, durante o documentário lançado pela Netflix sobre o assassinato da criança ocorrido em março de 2008. Apesar de ter sido “bem difícil” reviver a história, Ana entende que o conteúdo é uma “oportunidade” de recontar um dos crimes que mais chocou o país para que ele não seja esquecido.
O roteiro é de Claudio Manoel (ex-Casseta & Planeta), que procurou Ana há dois anos para conversar sobre a criação do documentário. “Inicialmente, achei ótimo, porque sempre tive vontade de contar a minha história em um documentário, livro ou filme. Quando ele fez o convite, achei que seria uma ótima oportunidade de contar essa história, que não deve ser esquecida”, diz Ana.
Ana explica que reviver o passado, que jamais será esquecido por ela, foi “bem difícil”, mas que depois de ter recebido ajuda e apoio consegue tocar neste assunto e conversar com as pessoas. “Fiz tratamento por muitos anos e sempre falei sobre o quanto eu me cuidei para poder chegar nesse nível de poder contar essa história”, conta.
Para Ana, o documentário atingiu o “nível” que ela esperava. “Eles foram muito competentes na edição, na tratativa, carinhosos com tudo”, comenta. Ela acrescenta: “eles foram muito detalhistas, não deixaram passar nada”.
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Justiça
Para Ana, a Justiça agiu rápido em relação ao assassinato da filha. “Sei que, infelizmente, até pessoas que eu conheço, de casos trágicos, não tiveram a mesma rapidez ou a mesma resposta. Ou tem que lutar infinitamente mais, porque é um processo que vai além de você viver um luto. Você viveu uma dor e tem que ficar remoendo ela diariamente, até que você consiga Justiça e isso é um processo muito difícil. Apesar de ser muito difícil, a gente não deve desistir. Desistir nunca foi uma opção pra mim, eu nunca pensei em esmorecer. Enfim, eu acho que cada pessoa encara os seus processos, encara as suas lutas de formas diferentes, não foi uma opção para mim, mas eu queria em nome dela buscar essa justiça”.
Neste período, Ana contou com ajuda psicológica, apoio da família e amigos, o que fez toda a diferença durante o processo. “Quando eu conheci meu marido, foi o que eu falei, essa carga emocional que ele já carregava em conhecer uma pessoa como eu, em conhecer uma história como a minha, que nunca seria esquecida, que nunca deixaria de ser lembrada e viveria na televisão. No meu caso, não viveria como uma anônima, as pessoas me reconhecem. Então esse processo eu procuro levar de uma forma mais leve para que ele não seja tão doloroso para mim e para as pessoas que estão do meu lado”.