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Vídeo: PF investiga superfaturamento na compra de testes de Covid-19 e cumpre mandados em BH

Ficou comprovado que 100 mil kits de testes rápidos de Covid-19 não funcionavam

Ficou comprovado que 100 mil kits de testes rápidos de Covid-19 não funcionavam

A Polícia Federal (PF) cumpriu nesta quarta-feira (16) quatro mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte referentes ao superfaturamento na compra de testes rápidos de Covid-19. A operação, denominada Polígrafo, acontece em parceria com o Ministério Público de Rondônia (MP-RO) e a Controladoria-Geral da União (CGU).

A operação pretende desarticular possíveis esquemas de fraudes na Secretaria Estadual de Saúde de Rondônia (Sesau) durante aquisição de 100 mil kits de testes rápidos para diagnóstico da Covid-19. O valor total da contratação investigada passa dos R$ 10 milhões. A PF detalha que durante as investigações “foram constatadas irregularidades na dispensa de licitação para compra dos testes, que não possuíam registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Também se verificou o superfaturamento do valor de cada unidade adquirida, em comparação com o preço ofertado em outros procedimentos licitatórios.”

Fases da operação

Na primeira fase da operação, a PF apurou que os 100 mil kits de testes rápidos não funcionavam e que “havia um esquema de corrupção ativa e passiva envolvendo empresários e políticos ligados à Sesau.”

Na segunda fase, realizada em agosto de 2022, a PF descobriu que houve prévio direcionamento por parte de gestores da Sesau na contratação da empresa, sendo que aproximadamente R$450 mil do valor do contrato seria pago em forma de propina.

“Além disso, há evidências de possível oferecimento de vantagem indevida a funcionários da Anvisa para acelerar o processo de registro dos testes. Os testes comprados pela Sesau tiveram um superfaturamento de 39,43%.”

O Ministério Público solicitou o bloqueio judicial de R$ 3 milhões até que as investigações sejam concluídas.

“A partir da análise dos processos licitatórios foi averiguado indícios de favorecimento à uma empresa, bem como o pagamento adiantado de cerca de R$ 3 milhões, sem apresentação de garantias suficientes para cobrir os riscos relacionados à entrega dos produtos.”

Crimes

Caso fiquem comprovadas as irregularidades os investigados podem responder pelos crimes de fraude à licitação, corrupção, peculato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Jornalista graduada pelo Centro Universitário Newton Paiva em 2005. Atua como repórter de cidades na Rádio Itatiaia desde 2022