“Eu estou muito feliz por estar viva”, diz a fisiculturista Ellen Otoni, de 37 anos, que foi baleada pelo namorado Weldrin Lopes de Alcântara, de 44, no apartamento dele em fevereiro deste ano no bairro Liberdade, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte. O caso ganhou repercussão nacional e, nessa sexta-feira (7), ocorreu a primeira audiência de instrução e julgamento da tentativa de feminicídio contra ela.
Ellen foi a primeira pessoa a ser ouvida. A fisiculturista relatou que foi baleada primeiro no rosto quando estava sentada na sala do apartamento do namorado. Ela ainda conta que se levantou e partiu para cima do namorado, que efetuou mais quatro disparos. Mesmo ferida, ela saiu do apartamento e pediu socorro.
Em seguida, testemunhas de defesa e acusação também foram ouvidas. O último a depor foi Weldrin, que, de acordo com a assessoria do Fórum Lafayette, usou o seu direito de permanecer em silêncio.
Ao Itatiaia Patrulha, Ellen falou que irá lutar por justiça. “Estou muito feliz, estou viva. Isso já me deixa extremamente feliz. Estamos aqui para mostrar a verdade, contar a verdade e deixar que a justiça seja feita. Eu sofri esse atentado brutal e, hoje, graças a Deus, eu tô viva sem sequelas, terminando de me recuperar”, contou.
À época em que foi baleada, um vídeo de Ellen viralizou nas redes sociais e ela também falou sobre a repercussão do material. “Eu estava nervosa sim. Eu sou uma pessoa escandalosa sim e aqueles vídeos são apenas pedaços de falas minhas que ele fez um contexto totalmente desregular”, começou.
Segundo ela, as imagens são montagens “aleatórias” e antigas. “Não tem nada a ver nem sequer com a época do carnaval, mas eu não me sinto orgulhosa por isso, mas eu não sou uma pessoa monstruosa. Aqueles vídeos não foram válidos para a justiça como nada. Nem como prova, nem como defesa e nem de acusação”, esclarece.
Entenda
Os disparos teriam sido feito pelo namorado de Ellen, o também fisiculturista Weldrin Lopes de Alcântara, de 44 anos, que está preso, no dia 23 de fevereiro deste ano.
Na época, o síndico do prédio contou que Ellen ficou por duas horas na porta aguardando pelo namorado. Quando o homem chegou, o casal entrou no apartamento. Pouco tempo depois, vizinhos ouviram uma briga e o barulho dos tiros.
Weldrin fugiu da cena do crime e somente se apresentou à Polícia Civil quatro dias depois. Desde então, ele segue preso, sendo indiciado por tentativa de feminicídio e, também, denunciado pelo Ministério Público pelo mesmo crime.
A reportagem da Itatiaia não conseguiu contato com a defesa de Weldrin e o espaço está aberto caso queira se manifestar.