Mesmo antes do início do período de férias escolares, em que se multiplicam os papagaios empinados por toda a Belo Horizonte, as apreensões de linhas chilenas ou cerol na capital mineira, pela guarda municipal, já estão na casa das centenas.
Segundo o balanço apresentado nessa segunda, foram 303 apreensões neste ano, em ações realizadas pela corporação. Em todo o ano passado, foram 2.685.
A responsável pela Inspetoria de Ações Preventivas da Guarda Municipal de BH, inspetora Abigail, destaca os riscos relacionados a esses materiais: “As linhas podem provocar cortes profundos, levar a hemorragia e até choque hipovolêmico, além da amputação de membros e acidentes com a rede elétrica. Nesses casos, as linhas podem atingir os fios e, consequentemente, provocar descargas elétricas”.
Jovem perdeu as duas pernas
Faz quase 4 anos que Gabriel Lucas do Nascimento, o Feijãozinho, foi atingido por uma linha chilena, quando tinha apenas 15 anos. Ele perdeu as duas pernas, decepadas pelo material cortante.
“Como aconteceu comigo, pode acontecer com qualquer outra pessoa. É revoltante saber que ainda há pessoas que praticam. Não são só adolescentes e criança, mas, também, adultos”, disse.
Mapeamento
Segundo a inspetora Abigail, a guarda já mapeou os locais onde as ocorrências ligadas ao uso das linhas cortantes são mais comuns.
“O material é aprendido através das rotinas de fiscalização em diversos das regionais de Belo Horizonte, onde nós já mapeamos que é costumeiro o uso da das linhas cortantes. Durante a fiscalização, é percebido que a maioria dos portadores das linhas são adolescentes”, disse Abigail.
Na semana passada, um sargento reformado da PM foi preso, suspeito de vender linha chilena no bairro Califórnia, região Noroeste de BH.
Quem for flagrado usando cerol ou linha chilena pode ser multado em até R$1.500. Denúncias da venda desse tipo de material podem ser feitas por telefone à polícia, pelo 181 ou pelo 190.