Depoimento de amigo contraria versão de Douglas, suspeito de arrastar mulher em SP

Polícia Civil trata o caso como tentativa de homicídio qualificado, com as agravantes de feminicídio, motivo fútil e meio cruel

Em depoimento à Polícia Civil do Estado de São Paulo (PCESP), Kauan Silva Bezerra, de 19 anos, amigo de Douglas Alves da Silva, suspeito de atropelar e arrastar uma mulher pela Marginal Tietê, na zona norte de São Paulo, confirmou as declarações da família que apontaram Douglas como ex-namorado de Tainara Souza Santos e a motivação do crime como ciúmes.

Kauan disse que, no dia do atropelamento, estava com Douglas desde o início da noite. Ele confirmou que o amigo conversava com a vítima, no bar, instantes antes do crime. Ainda de acordo com o depoimento do amigo, Douglas não gostou de ver Tainara conversando com outro rapaz na festa e ficou “enfurecido”.

Já no fim da festa, do lado de fora, os dois teriam discutido de maneira “acalorada”. O amigo conta que, em seguida, Douglas Alves entra no carro, e Kauan senta no banco do passageiro, o que desmente pela segunda vez a versão de Alves, que havia negado anteriormente ser o condutor do veículo.

Para a polícia, Kauan narra a dinâmica do atropelamento da seguinte maneira: depois que os dois já estavam dentro do carro, Douglas deu uma volta contornando o rio e “do nada” começou a acelerar. Logo em seguida, jogou o carro em direção a Tainara. Kauan Silva conta que neste momento teria ficado “sem reação”.

Silva confirma que Douglas, depois de atropelar Taynara, puxou o freio de mão do carro e ficou “dando pressão” com a intenção de tentar matá-la.

O motorista solta o freio de mão e sai em alta velocidade. Kauan disse que percebeu que algo prendia o carro, e em desespero, pediu para que o suspeito parasse o veículo. Ao descer do carro, Kauan viu que Tainara estava caída ao chão e presa embaixo do carro.

O amigo relata que Douglas só parou o carro depois que ele gritou. Populares socorreram Tainara. Kauan disse que naquele momento não conseguia acreditar no que o amigo tinha feito, e de não ter conseguido impedi-lo. Kauan afirma que pensou em puxar o freio de mão para parar o carro, mas ficou com medo de causar um acidente de trânsito.

Ele também afirma que não esperava que ele agisse dessa forma.

A Polícia Civil trata o caso como tentativa de homicídio qualificado, com as agravantes de feminicídio, motivo fútil e meio cruel. O depoimento de Kauan reforça a conclusão dos investigadores de que não houve acidente, mas uma ação antecedida por discussão e relação prévia entre autor e vítima.

Estado de saúde

Tainara Souza Santos de 31 anos é mãe de dois filhos, um de 12 e uma de 7 anos.

Segundo o irmão da vítima, Luan Henrique, Tainara deverá realizar um enxerto nas áreas amputadas para auxiliar na reconstrução dos membros. A data do novo procedimento ainda não foi definida.

Na terça-feira (2), a mulher de 31 anos foi submetida a uma terceira intervenção cirúrgica, que durou quase sete horas. Os médicos colocaram pinos na bacia e instalaram uma sonda.

*Com CNN

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Estudante de jornalismo pela PUC Minas. Trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre Cidades, Brasil e Mundo.

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