O número de atendimentos a motociclistas acidentados no pronto-socorro do Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, registra crescimento de 21% neste ano, em comparação com os quatro primeiros meses de 2022. Os dados foram enviados à Itatiaia pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), responsável gestão do unidade, referência nesse tipo de atendimento no estado.
O médico, Rodrigo Muzzi, gerente do Complexo Hospitalar de Urgência e Emergência da Fhemig, classifica o perfil dos pacientes: motoboy jovens, com idade entre 20 e 40 anos, são as principais vítimas.
“Muitos trabalham com motocicleta, mesmo que não se acidentem no horário de trabalho. Talvez pela experiência, a pessoa se sente mais à vontade para fazer manobras um pouco mais arriscadas no trânsito, e acabam se expondo a um risco maior por causa disso”, analisa.
São 1.743 atendimentos a motociclistas acidentados entre janeiro e abril deste ano, ante 1.433 nos primeiros quatro meses de 2022. Segundo o médico, a maioria dos acidentados chega à unidade com fratura de braço e perna, mas ressalta que quem anda de moto está sujeito a lesões gravíssimas. “Há pacientes com trauma craniano grave, lesão de órgão intra-abdominal. São situações que deixam sequelas”, enumera Muzzi.
Veja os números:
Mortes e sequelas
O médico ressalta ainda que muitos motociclistas sequer têm a chance de chegar ao hospital, uma vez que morrem no local do acidente. Quando o quadro é grave, pacientes podem ficar muito tempo internados. “Caso de traumatismos cranianos, de coluna, que tenha déficit neurológico, podem deixar o paciente acamado por muito tempo. Além de sequelas neurológicas graves, que deixam a pessoa dependente resto da vida”, alerta.