O Ministério Público de Minas Gerais denunciou Terezinha Pereira dos Santos e outras duas pessoas por manterem três crianças e a mãe delas em cárcere privado e os obrigarem a fazer trabalhos forçados. Emanuel, de 4 anos, teria
Além de Terezinha, a “falsa avó" das crianças, são citados na denúncia Diego Pinheiro dos Santos, Lalesca Pereira dos Santos, suposta tia adotiva, e Kátia Cristina Alves, mãe biológica das crianças. Eles são acusados de tortura por motivo torpe, causando a morte da criança por lesões e desnutrição.
Entre o período de novembro de 2021 e fevereiro de 2023, os suspeitos usaram de violência, grave ameaça e restrição de liberdade para obter vantagem econômica indevida. Segundo a denúncia, Terezinha usou dos documentos de Kátia para cadastrar os meninos no Bolsa Família e receber o dinheiro no lugar deles.
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Segundo informações, a senhora convidou a mãe das crianças para trabalhar em um sítio em São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de Belo Horizonte. Eles não receberam nenhum pagamento trabalhista. Além disso, as crianças eram obrigadas a realizar trabalhos como capinar, cavar buracos e auxiliar nas demais obras do sítio. Emanuel, de 4 anos, era obrigado a carregar pedras e, caso não atendessem as ordens, as crianças eram agredidas.
As vítimas comiam apenas uma vez por dia e a refeição oferecida era, bascimente, arroz cru e feijão. As crianças ainda eram proibidas de comer frutas que davam nas árvores do sítio.
Emanuel morreu em fevereiro deste ano em decorrência de agressões e desnutrição. A criança foi levada até uma UPA de São Joaquim de Bicas pela mãe e morreu no local. Após o incidente, Terezinha e Lalesca fugiram de Bicas e levaram as duas crianças para uma casa na rua Itapecerica, no bairro Lagoinha, em Belo Horizonte.
As crianças foram encontradas no fim de fevereiro por vizinhos. Os dois irmãos estavam sozinhos na casa.
A denúncia foi enviada à Justiça, que vai decidir sobre a acusação e definir se os envolvidos se tornarão réus sob julgamento.
Prisão da ‘tia adotiva’
Lalesca Pereira, de 29 anos, dita como a suposta tia adotiva das crianças abandonadas no bairro Lagoinha, foi presa no dia 20 de março pela Polícia Civil. Ela foi a um Posto Uai para buscar documentos, quando foi informada por agentes que havia um mandado de prisão em aberto contra ela.