O Brasil é o país que mais realiza cirurgias plásticas no mundo. São 1,5 milhões de procedimentos estéticos feitos anualmente, o que coloca o país acima dos Estados Unidos (2°), México (3°), Rússia (4°) e Índia (5°). A cirurgia plástica mais realizada em solo brasileiro é a lipoaspiração - que promete trazer o contorno perfeito para o corpo. E é esse o intuito da 13ª edição da Body & Art e da Body & Shape, que acontece em Nova Lima, na região Metropolitana de Belo Horizonte, até o próximo domingo (26). No local, profissionais discutem e apresentam novidades sobre este tipo de procedimento com exemplos reais - incluindo cirurgias ao vivo em pessoas e cadáveres.
A imersão em contorno corporal é uma realização da Next Level. Os responsáveis pelo curso são o cirurgião plástico Gustavo Aquino e a fisioterapeuta Patrícia Resende. Ela explica que muitos pacientes pensam apenas no resultado final do procedimento, no entanto, esquecem que para alcançá-lo é necessário seguir todo um processo. E, o profissional de fisioterapia, é essencial nesta etapa.
Pouco se fala sobre o machucado que vem imediatamente depois da cirurgia. Hoje, a gente tem médicos cada vez mais especializados em técnicas avançadas, que utilizam recursos na busca do contorno corporal perfeito - tão almejado pelos pacientes. Porém, isso causa um trauma extremamente exagerado e o fisioterapeuta age para gerenciar o processo de cicatrização desse trauma.
Ela esclarece que, atualmente, não há necessidade de modelar o corpo com massagens - como ocorria há 20 anos.
Hoje a gente tem outro entendimento. O papel do fisioterapeuta é gerenciar o processo de cicatrização através de técnicas. A gente tem mais de 20 técnicas catalogadas para usar em cada fase do processo de cicatrização, respeitando a particularidade de cada paciente. Então tem se mostrado, hoje, decisivo para recuperação rápida, para minimizar complicações e evitar retrabalhos, o papel do fisioterapeuta nesse processo.
Pós-operatório
Após o procedimento cirúrgico, Patrícia Resende recomenda procurar profissionais especializados. “Esse profissional vai orientar o paciente, além de ver as técnicas de clínica, de consultório, de acordo com a individualidade. Mas o principal cuidado, na minha opinião, é evitar tratamento estético, evitar massagem, evitar ficar tirando cinta, desobedecendo esses profissionais que vão gerenciar esse processo”, orienta.
Nesta etapa, ela explica que é preciso tratar e reparar os “tecidos machucados”. Afinal, apenas seguindo os processos, o paciente terá um melhor resultado. “O bom profissional está alinhado com os avanços. O contorno corporal de 20 anos atrás é completamente diferente do que o que a gente tem hoje. Hoje a gente já fala de fratura de costela para definição do corpo. Hoje a gente já fala de uma técnica de lipoaspiração, onde a gente evidencia as transições musculares”, afirma.
“Só um bom profissional atualizado e conectado vai conseguir realmente fazer essa entrega. Já faz muito tempo que desinchar era uma preocupação, desinchar além da conta, fazer drenagem linfática, isso não se fala mais. Então um bom profissional está alinhado com essas evoluções para realmente mudar o cenário e mudar a história do contorno corporal”, pontua.
Caso o paciente não siga todas as orientações do pós-operatório, ele pode estender o processo ou ter o resultado final não desejado. “Você não massagearia o corte, porque vai massagear a pele? Então muitas vezes essa ansiedade, não só a massagem como outros procedimentos, vão interferir muito no processo de cicatrização. E aí o que que acontece? Faz um processo de cicatrização feia, tem queixas estéticas, acabam tendo irregularidades, fibroses, aderências para depois elas serem tratadas”.
Muitas vezes você vê uma foto da hora que acabou a cirurgia com contorno corporal perfeito, mas meses depois o paciente aparece com um quadro completamente diferente. Ao fazer uma análise detalhada do tecido, ele apresenta tecido com maior volume e, muitas vezes, muito diferente do que o que o médico realizou. O pós-operatório, como eu disse, tem se mostrado decisivo.
Imersão em contorno corporal e fisioterapia
Desde quinta-feira (23), profissionais do ramo participam da 13ª edição Body & Art - curso de imersão total em Lipo HD - e Body & Shape - curso de imersão avançada em fisioterapeuta na cirurgia plástica - que acontece no Instituto de Treinamento em Cadáveres no Vale do Sereno, em Nova Lima, na região Metropolitana da capital. “Vários profissionais de referência não só no Brasil, como no mundo, compartilham conhecimento. Depois disso, os médicos operam e discutem técnica e trocam experiência”, explica a fisioterapeuta.
No curso, que é bem dinâmico, os profissionais ainda tratam de assuntos relacionados à gestão pessoal, financeira, comercial e marketing - que também fazem parte do processo.
