O corpo de Ian Almeida Rocha, de dois anos, foi velado e sepultado no fim da tarde desta quarta-feira (11), no Cemitério do Carmo, em Santo Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte. A criança morreu na manhã desta terça-feira (10), após chegar no hospital Risoleta Neves em coma, sofrer duas paradas cardíacas e ser transferido, entubado, para o Hospital João XXIII. A Polícia Civil investiga se o menino foi vítima de violência doméstica.
Ian estava na casa do pai, Márcio Rocha, e da madrasta, Bruna Cristine, quando foi levado em estado grave para o hospital. Ambos estão presos preventivamente, por “omissão de socorro qualificada”. No velório, era grande a expectativa da presença de Márcio, já que amigos e familiares se encontram revoltados com a situação. A Polícia Militar estava no local para segurança, mas o pai de Ian não apareceu.
Fabrício Diego Cassanjo Costa, advogado da família da mãe de Ian, Isabela Carolina, afirmou que os parentes de Ian estão devastados e clamando por Justiça. Entretanto, ele reforça que é preciso esperar o laudo da Polícia Civil antes de apontar culpados.
“É uma tragédia lamentável, toda família está em estado de choque emocional e não dá pra acreditar. O que a família deseja é lisura e transparência ao longo desta investigação, para que as evidências possam apontar se de fato houve uma negligência, uma imperícia ou até mesmo um dolo para se responsabilizar quem tenha sido o culpado por essa situação”, disse Fabrício.
O advogado ressalta, ainda, que existem muitas dúvidas quanto ao que de fato aconteceu com Ian, levando em consideração o estado grave que ele chegou ao hospital. Segundo Fabrício, os médicos teriam comparado a situação da criança com a de alguém que sofreu uma “forte batida de moto”.
A advogada do pai de Ian, Sarah Quinetti, revelou que a madrasta da criança, Bruna Cristine, teria alegado que os machucados encontrados na vítima teriam sido feitos pela filha mais velha dela, de cinco anos. Segundo Bruna, a menina sofre de problemas de saúde e é agressiva. Ela estaria com o pé engessado quando “chutou” Ian e feriu seu rosto. Fabrício Costa, entretanto, afirma que há poucas evidências de que uma criança teria machucado Ian a ponto de deixá-lo em coma.
“Não tem como a gente fazer um juízo de valor nesse momento que está sendo feita as investigações, mas há algumas incógnitas que vão ter que ser respondidas. Como essa criança chegou em coma no hospital? Ela foi foi locomovida entubada para o Hospital João XXIII e lá ela teve duas paradas cardíacas. O corpo clínico comparou a agressividade dessa lesão a uma forte batida de moto. Então é estranho associar isso a uma criança. É lógico que a gente precisa apurar através das evidências e, por ainda ser um processo que esta investigação, a gente prefere aguardar e acompanhar o desfecho disso”.
Após passar por audiência de custódia, Márcio e Bruna tiveram a prisão convertida para preventiva. Ian Almeida Rocha, de dois anos, foi levado para o hospital neste final de semana e morreu na madrugada de terça-feira (10). A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar a morte do menino e existe a hipótese dele ter sido vítima de violência doméstica.
Leia mais: