Após a identificação de uma trinca na estrutura, as obras de reforço foram paralisadas na barragem CDS II da AngloGold Ashanti, em Santa Bárbara, região central de Minas Gerais. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) de Minas Gerais informa que a unidade foi classificada no nível 1 de emergência.
Preventiva, a medida segue o Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM). A unidade fica na Mina Córrego do Sítio II. Segundo a mineradora, a trinca tem “centímetros de largura”, mas a Semad indica que são duas fissuras e que, provavelmente, estão relacionadas às obras que estavam em andamento.
Segundo a Semad, desde o comunicado da empresa, o Núcleo de Emergência Ambiental (NEA) da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) acompanha a ocorrência. “A Barragem Contenção de Rejeitos CDS II é construída pelo método de linha de centro e apresentou Declaração de Condição de Estabilidade (DCE) positiva na auditoria de 2022”, diz nota oficial do órgão. “Todas as obras foram paralisadas e o monitoramento e detalhamento da investigação estão em curso.”
Em nota, a AngloGold Ashanti informa que “nesse nível, não é necessário o acionamento de sirenes ou a evacuação da zona de autossalvamento, pois não há risco iminente de rompimento”. A mineradora diz, ainda, que as trincas são comuns “em uma estrutura que passa por obras de reforço” e que técnicos da Agência Nacional de Mineração (ANM) acompanham a situação.
A CDS II tem 82 metros de altura, 540 metros de comprimento e capacidade de 9,8 Mm³. “Ressaltamos que a barragem CDS II conta com todas as licenças legais”, finaliza o comunicado oficial. De acordo com o PAEBM, o alerta nível 1 é acionado quando há anomalia com pontuação máxima de 10 pontos na “Categoria de Risco da Barragem de Mineração” e que possa comprometer a segurança da estrutura. Ele deve ser mantido até a apresentação de estudos e análises sejam avaliados pela ANM.
A AngloGold Ashanti informa que o laudo de empresa externa especializada atesta que o fator de segurança da barragem CDS II está em nível acima do recomendado: atualmente, ele é de 1.82 — o mínimo exigido pela legislação é 1.50. A empresa tem feito inspeções diárias, com implementação das ações recomendadas pela auditoria, e reforça que a situação permanece estável.
Segundo a Semad, o uso do método de linha de centro na construção torna a barragem mais segura. Em Mariana e em Brumadinho, que tiveram rompimentos, a técnica utilizada foi a de alteamento a montante. Uma equipe da AngloGold Ashanti está nas comunidades para oferecer explicações aos moradores. Em caso de dúvidas, os moradores da região podem entrar em contato com o canal de relacionamento da companhia: 0800 72 71 500.