O Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), determinou o recolhimento de Bifinhos, snacks, petiscos e produtos mastigáveis da marca Petitos Indústria e Comércio de Alimentos.
A decisão ocorre, segundo o Mapa, considerando os desdobramentos das investigações da Polícia Civil e da própria pasta, que identificou monoetilenoglicol em dois lotes da matéria-prima propilenoglicol: AD5035C22 e AD4055C21. Os compostos foram adquiridos da empresa Tecno Clean Industrial Ltda, que afirmou em nota que só revende a substância.
Entenda
A
investigação teve início após tutores desconfiarem da morte de dois cães e levarem corpos para serem periciados pela Escola Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Conforme laudo de necropsia, os animais morreram por “
lesões renais graves” em decorrência de consumo de etilenoglicol. Na ocasião, os donos suspeitaram que a substância estava em petiscos.
No dia 2 de setembro, a Polícia Civil divulgou
dados que confirmam a presença de monoetilenoglicol - mesmo que etilenoglicol - em um petisco recebido pela instituição de um dos tutores que registrou denúncia.
Conforme a perita criminal Renata Fontes, três produtos diferentes da Bassar passaram por processamento. Todos eles foram entregues pelos tutores. “Recebemos desde o início da semana materiais que foram encaminhados pela delegacia do consumidor para análise”, destacou em coletiva.
“Nós identificamos a presença do monoetilenoglicol em um dos produtos que foram encaminhados à perícia. Praticamente todos que foram encaminhados foram processados”, detalhou a perita.
Ainda no mesmo dia,
o Mapa determinou o recolhimento de todos os lotes de produtos da empresa Bassar Indústria e Comércio Ltda - a Bassar Pet Food - responsável pela fabricação de petiscos. No dia 7, a empresa informou que
estar fazendo um recall de todos os seus produtos.
No entanto, posteriormente, o
Mapa divulgou que lotes de propilenoglicol da Tecno Clean Industrial Ltda estariam adulterados com monoetilenoglicol. O propilenoglicol é usado na alimentação humana e animal. Após identificar o composto,
outras marcas também precisaram fazer o recall de produtos.
A reportagem procurou a
A&D Química Comércio Eireli, empresa que a Tecno Clean adquiriu o composto, mas não conseguiu contato telefônico. O espaço segue à disposição para que a empresa possa se manifestar.